Apoio do Projeto Rural Sustentável garante pastagem perene no noroeste gaúcho
Apoio do Projeto Rural Sustentável garante pastagem perene no noroeste gaúcho
Irrigação e correção de solo garantiram melhor produtividade
O trabalho com o gado de leite começa cedo na comunidade Capinzal, a 20 km de Passo Fundo, noroeste gaúcho. São apenas 6 horas da manhã, e dona Neiva Maria Fagundes e seu marido Roque já estão ordenhando as vacas para depois tratar da limpeza. Às 10 horas, a parada do chimarrão é sagrada. E o trabalho não tem folga aos sábados nem domingos. A família enfrentou tempos difíceis: colocaram animais demais na área e acabaram não conseguindo cuidar de todos, baixando a produtividade.
Com a ajuda do técnico da Emater, Alessandro Davesc, da Emater, fizeram a recuperação de área degradada com pastagem, uma das quatro apoiadas pelo Projeto Rural Sustentável, que incentiva pequenos e médios produtores a adotarem técnicas de baixo carbono, ou seja, que reduzem as emissões dos gases que influenciam as mudanças climáticas. Além dela, também são financiadas propostas de recuperação de área degrada com floresta, integração lavoura-pecuária-floresta, floresta comercial e manejo de floresta nativa.
Com a recuperação do pasto, a família garantiu pastagem de inverno para as vacas, uma grande dificuldade na área rural gaúcha. Atualmente, eles tem quase o mesmo lucro, com menos vacas. São R$ 57.710 de ordenha por ano. Com o recurso recebido pelo PRS, Dona Neiva e Seu Roque investiram em irrigação, correção de solo, cerca e piquetes para a propriedade. Com a assistência da Emater, apenas 15% dos alimentos são comprados fora, o que soma ao final de um ano, R$ 16 mil de economia por ano.
As 40 famílias da comunidade têm em média, 12 hectares e trabalham com gado e soja. A região produz 620 milhões de litros de leite, que são vendidos para cinco postos de compra próximos. Airton Ferreira dos santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Passo Fundo, conta que o projeto lhe deu ânimo e o incentivou a continuar no campo, além de garantir a sucessão familiar na propriedade.
O filho de Neiva e Roque, Jeferson Trapasson Fagundes, de 23 anos, viu no projeto uma alternativa e ficou interessado em incluir sua propriedade também. “É possível ver o que funciona.Recebemos para preservar, porque qualquer pedaço de mato faz falta para os pequenos proprietários”, analisa Jeferson.
O Rural Sustentável acontece por meio de uma Cooperação Técnica entre o Fundo Internacional para o Clima do Ministério da Agricultura, da Alimentação, da Pesca e dos Assuntos Rurais do Governo Britânico (DEFRA), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Banco interamericano de Desenvolvimento (BID), e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS).
Dia de Campo na Fazenda Misto Quente
Dia de Campo na Fazenda Misto Quente
Agricultores da região de Malacacheta, em Minas Gerais, conheceram o uso da tecnologia RAD-P
Mombaça (Panicum maximum) e Braquiária (Brachiaria brizantha) são gramíneas bastante utilizadas para alimentar o gado, principalmente em regiões com grandes diferenças climáticas durante o ano.
E foram essas espécies de vegetação que o produtor Valdir Camargos, o Didiquiel, introduziu em áreas degradas da Fazenda Misto Quente, localizada na cidade mineira de Malacacheta e que recebeu mais um Dia de Campo do Projeto Rural Sustentável (PRS)
Segundo Didiquiel, seus primeiros passos na atividade agrícola foram com plantação de café, comum na região. Após 20 anos, o agricultor resolveu mudar de atividade e hoje se dedica a pecuária, por meio da produção de leite e queijo, além de criar gado para o corte. “Também tentamos nos enveredar pela plantação de eucaliptos, mas como as indústrias estão pagando muito pouco pela matéria-prima, resolvemos utilizar somente para consumo próprio”, afirmou.
Valdir destaca que sempre se preocupou em manter preservadas as Áreas de Proteção Permanente (APP) da propriedade e por isso resolveu apostar na recuperação de sua pastagem e assim não precisar abrir novas áreas. Com a ajuda do filho Albert Araújo, técnico agrícola e estudante de Agronomia, começou a plantar Mombaça e Braquiária e assim tentar recuperar áreas que estavam em avançado processo de desgaste.
Para Albert, o pasto reagiu muito bem as tecnologias utilizadas. “Em algumas partes fizemos um plantio tradicional com enxadão e utilizando somente esterco como adubo. Os resultados foram extraordinários, posso dizer que nossa menor taxa de lotação já possui de 80 a 90% de capim, mesmo sem chover há quase seis meses”, destacou.
Outra vantagem da recuperação do pasto foi o aumento da vazão da água no lençol freático da propriedade. “Percebemos que a quantidade de água dos poços teve um bom aumento, ajudando a amenizar um pouco a seca que vem nos assolando”, afirmou.
Apoio do PRS - Após tomar conhecimento do Projeto Rural Sustentável, Valdir resolveu contatar o engenheiro agrônomo Cassius Pinheiro para ajudar a inscrever sua propriedade na temática Recuperação de Áreas Degradadas com Pastagem (RAD-P).
Para Cassius a vinda do projeto para a região foi muito importante, pois muitos produtores têm interesse nos temas, mas não tem tempo ou desconhecem as atividades das empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATERs). “É imprescindível conhecer as realidades dos produtores dos municípios para que possamos trabalhar as tecnologias de forma adequada e que atenda a necessidade de cada produtor”, declarou.
José Lopes Pereira é Diretor da Escola Família Agrícola, e considera que a parceria entre os diversos atores da atividade agropecuária na região é estratégica. “Trouxemos alunos de diversos municípios, a sua maioria filhos de produtores rurais, para que possam conhecer as temáticas do projeto e, assim, apresentá-lo às suas famílias, contribuindo para a disseminação de conhecimento e com o intuito de agregar valor a propriedade”, disse.
Ainda segundo Pereira, a degradação das áreas de pastagem, muito comum na região, é uma das preocupações no ensino da escola agrícola. “Queremos que a agricultura familiar seja fortalecida em Malacacheta e seu entorno, mas sempre levando a ideia de que é necessário se produzir com sustentabilidade”, afirmou.
Agricultores participam da 1ª Feira agroecológica do Município de Piraí do Norte, na Bahia
Agricultores participam da 1ª Feira agroecológica do Município de Piraí do Norte, na Bahia
Projeto Rural Sustentável vem contribuindo com o trabalho das agricultoras locais
Na última sexta feira (22), agricultores familiares dos Municípios de Igrapiúna, Ituberá e Piraí do Norte, na Bahia, comercializaram produtos orgânicos na 1a. Feira agroecológica de Piraí do Norte, realizada pela Organização de Conservação da Terra (OCT) em parceria com a Prefeitura Municipal de Piraí do Norte.
A Feira contou com a participação de agricultores familiares beneficiários do Projeto Rural Sustentável (PRS), gestores públicos da região do Baixo Sul Baiano e o Prefeito de Piraí do Norte, Everaldo Souza dos Santos. Além dos organizadores que compõem a OCT e integrantes do Projeto Rural Sustentável que atuam na Região.
Para a maioria dos agricultores, esta foi a primeira vez que levaram seus produtos para comercializarem em Feira exclusiva de produtos orgânicos. Anos atrás isso não era possível, porque as práticas de manejo do solo, adubação e controle de pragas, eram baseadas no uso e dependência de insumos externos e fertilizantes químicos responsáveis pela emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE).
Após ingressarem no PRS por meio da chamada pública de Unidades Multiplicadoras em 2013, novas práticas de viver e pensar a agricultura foram apropriadas e adotaram tecnologias de produção agrícola sustentáveis e adubação orgânica preparada localmente. A exemplo do esterco de codorna, compostagens e a biocalda.
Para o agricultor Jaime de Souza, da Comunidade Vale do Riachão, expor na feira agroecológica é uma oportunidade para demonstrar os diferentes benefícios que o Projeto trouxe para sua propriedade. Principalmente os de "preservar a natureza, preservar as nascentes, a mata, o meio ambiente". Jaime conta que em 2013 implantou a tecnologia Recuperação de Áreas Degradadas com Florestas (RAD-F) em uma área que hoje observa espécies nativas da mata atlântica em vigoroso crescimento.
A Recuperação de Áreas Degradadas com Florestas (RAD-F) é uma das quatros tecnologias incentivadas pelo PRS em sintonia com o Plano para Agricultura com baixa emissão de Carbono (Plano ABC). E visa qualificar o manejo da terra e das florestas por meio de práticas na agricultura que reduzam as emissões do gás carbono para a atmosfera.
FOTO 1 - Agricultor Jaime em sua barraca com a Familia.
Além da RAD-F, Jaime e outros agricultores expositores da Feira, já colhem os resultados dos Sistemas Agro Florestais (SAFs). Esta tecnologia integra o cultivo de produtos agrícolas e espécies florestais de forma consorciada, na mesma área, com preservação ambiental e viabilidade econômica.
Os resultados impressionaram os consumidores. Em conversa direta com o produtor, Maria de Jesus, consumidora local, constatou as mudanças ocorridas na produção agrícola da Região pela diversidade dos produtos expostos, exuberância e qualidade nutricional. "Ter a oportunidade de comprar verduras e frutas sem veneno é o mesmo que tomar remédio sem ter efeitos colaterais", afirmou.
A variedade das frutas de época a exemplo da tangerina, laranja, bananas, cacau, goiabas, graviolas, e outras plantadas nos SAFs das comunidades de Cachoeira Alta, Fazenda Juliana, e outras, revelaram a capacidade que o PRS vem demonstrando na região em garantir a segurança e soberania alimentar e nutricional das atuais famílias e gerações futuras e ainda proteger a mata atlântica, manter e incentivar a produtividade agrícola, com redução dos impactos ambientais causados pela agricultura e oferecer retornos financeiros que visam a redução da pobreza rural.
FOTO 2 - Variedade das frutas e produtos da feira dos diversos agricultores
PARTICIPAÇÃO DAS AGRICULTORAS NO PRS - A 1a. Feira agroecologica de Piraí do Norte contou ainda com especial participação das mulheres agricultoras que além, de serem antigas guardiãs de práticas e saberes voltadas para uma agricultura de baixo impacto ambiental, enxergam no PRS boas possibilidades de valorização do seu papel na agricultura.
Para a agricultora Martinha da Conceição, o PRS valoriza a sua lida na agricultora. A mesma lembra com orgulho que ao ingressar no projeto, em 2013, teve a proposta cadastrada em seu nome e a tecnologia de Sistema Agroflorestal (SAF) implantada na terra, que é única proprietária. Segundo D. Martinha, com essa tecnologia foi possível plantar, além do cacau, que é a aptidão agrícola da região, árvores frutíferas que contribuíram para fortalecer a segurança alimentar e nutricional da família e comercializar a produção excedente de cupuaçu, açaí, rambutan, goiaba, manga e abacate.
Ao aprender a fabricar seu próprio adubo com os Agentes de Assistência Técnica (ATECS) da OCT ligados ao PRS a partir de resíduos do cacau, estercos de animais e pó de rochas, a agricultura passou a cultivar hortaliças variadas ao lado da sua área de SAF, as quais exibe com orgulho em sua barraca na Feira.
FOTO 3 - D.Martinha exibindo seus produtos
OPORTUNIDADES - A participação dos agricultores beneficiários do PRS na 1a. Feira agroecológica de Piraí do Norte, revela ainda a importância do PRS em conservar a biodiversidade e reduzir a pobreza ao promover o desenvolvimento rural de forma sustentável, fixando o agricultor no campo, gerando renda, produtividade e proteção ao clima por meio da gestão integrada dos recursos ambientais e práticas de uma agricultura de base ecológica.
Com a implantação das tecnologias de baixa emissão de carbono, incentiva-se uma agricultura com padrões tecnológicos sustentáveis e garantam a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) e ao mesmo tempo, gera renda para os produtores.
Além da comercialização dos produtos orgânicos em expansão, novas oportunidades de trabalho e renda surgem e jovens que migraram para zona urbana em busca de melhores condições de vida, estão retornando para trabalhar nos SAFs apoiados pelo Projeto. É o que nos conta o agricultor Raimundo Souza, expositor da Feira, sobre seu filho Waldo de Souza, um jovem de 25 anos que deixou a função de empregado na zona urbana, para trabalhar na propriedade de seus pais, após a chegada do PRS.
Adubação a partir de resíduos de piscicultura
Adubação a partir de resíduos de piscicultura
Dia de Campo em Rondon do Pará, tratou de questões relacionadas ao Cadastro Ambiental Rural (CAR)
O Cadastro Ambiental Rural (CAR) e a utilização de resíduos da piscicultura para a produção de adubo foram os temas apresentados no dia de campo realizado, nesta sexta-feira (22), pelo Projeto Rural Sustentável (PRS) no Sítio Gavião Real, em Rondon do Pará. A Unidade Demonstrativa, do sudeste paraense, recebeu 18 pessoas, entre elas, produtoras e produtores rurais.
O CAR consiste no levantamento de informações georreferenciadas do imóvel rural e auxilia no processo de regularização da propriedade. Diante da importância do Cadastro, que é necessário também para participar do PRS, o técnico agropecuário da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-PA), Francisco Camilo, Agente Técnico de Extensão Rural (ATEC) do Rural Sustentável, esclareceu sobre o tema.
“O CAR hoje é essencial, tanto para participar de projetos sociais, acessar linhas de crédito, como também do Rural Sustentável. Inclusive, para participar do PRS ele tem que ser detalhado, que é pedido no ato da inscrição das unidades. O CAR permite a adequação ambiental, do produtor, a legislação”, explica o Camilo.
Após a apresentação sobre o CAR, o produtor rural Newton Figueira proprietário do Sítio Gavião Real apresentou aos participantes a técnica de produção de adubo a partir de resíduos da piscicultura. O produtor utilizou a adubação na Recuperação de Área Degradada com Floresta (RAD/F), tecnologia de baixo carbono inserida na Unidade Demonstrativa.
A produção desse tipo de adubo é realizada na criação de peixes no sistema de retro circulação com filtro biológico, em que produção é realizada em caixas d’agua. Segundo o produtor, o método é indicado para pequenas áreas por ocupar menos espaço. O adubo, produzido a partir do reaproveitamento dos resíduos da piscicultura, foi utilizado no reflorestamento da propriedade.
“Você poderá utilizar esse resíduo que estaria sendo descartado e prejudicando o meio ambiente para produção de legumes e até de fruteiras. Eu aqui [Sítio Gavião Real] utilizo na adubação de graviola e abacate. Também utilizei em Ipês que ficaram bem durante o período de seca”, finaliza Figueira.
Em Alta Floresta, agricultores aprendem sobre o conforto térmico do animal em pastejo
Em Alta Floresta, agricultores aprendem sobre o conforto térmico do animal em pastejo
Para o rebanho leiteiro, o conforto térmico representa ganhos na produtividade e sanidade animal
O Projeto Rural Sustentável (PRS) realizou no dia 23 de setembro, o Dia de Campo (DC) na propriedade rural Sítio Novo Oriente, do produtor Gilvan Freire, localizada na MT 325 - Vicinal 2 Sul, no município de Alta Floresta, com a temática “Manejo do conforto animal em pastejo nas condições tropicais”. Participaram do evento 44 pessoas, das quais, a maioria é associada à Cooperativa Mista Ouro Verde (COMOVE) e trabalham com rebanho leiteiro. E ainda contou com a presença do Auditor Fiscal Federal Agropecuário e Chefe da Divisão de Política, Produção e Desenvolvimento Agropecuário (MAPA-MT), Nilo do Nascimento.
“É muito positiva a realização desses DCs pela qualidade da formação técnica recebida pelos produtores. É sempre muito importante para o desenvolvimento da agropecuária, capacitar o produtor e esse projeto é muito relevante para o MAPA, porque nos ajuda a pensar políticas que fomentem, cada vez mais, o conhecimento técnico do pequeno e médio produtor rural”, comentou Nilo do Nascimento.
Para Gilmar Freire, proprietário da Unidade Demonstrativa (UD) que implantou a tecnologia de Recuperação de Área Degradada com Pastagem (RAD-P), nesse momento em que, cada vez mais, se discute a integração floresta-pecuária, é importante aprofundar o conhecimento técnico sobre o conforto térmico animal. “Na minha propriedade você observa que já fizemos melhorias visando esse conforto para o rebanho leiteiro e o nosso controle de produtividade, os próximos passos são plantar mais árvores, principalmente frutíferas e leguminosas, para maior área de sombreamento no pasto e melhorar mais nossas medições e verificações”, comenta Gilmar.
O assistente técnico cadastrado no PRS, Ebert Terra Fiod, explica que no Mato Grosso, a falta de conforto térmico é um dos principais problemas na maioria das propriedades, uma vez que a pecuária brasileira se inspirou na europeia, com aquelas grandes áreas de pastos sem árvores, mas que vivem em uma temperatura ambiente bem inferior à que se tem nessa região.
“Agora que o produtor está começando a entender que investir em conforto térmico é ganho na produção. Por exemplo, quem trabalha com rebanho leiteiro, que investe, inicialmente, em um sombreamento no pasto e em uma melhor estrutura na sala de ordenha, com pé direito alto para deixar o local mais arejado; aumenta a produtividade e a qualidade do leite, melhora os níveis imunológicos no rebanho e diminui a possibilidade de infestação de parasitas”, explica Ebert Fiod.
Importância do Conforto Térmico para o Rebanho Leiteiro
A Radiação solar, alta temperatura ambiente e umidade relativa são elementos climáticos estressantes, responsáveis por baixas performances do gado leiteiro. Os animais absorvem calor do ambiente, além daquele produzido no organismo (metabolismo energético), provenientes da radiação solar direta ou indireta.
Em locais de alta temperatura, como no estado de Mato Grosso, a principal resposta animal é a diminuição da produção de calor metabólico, obtida por redução no consumo de alimentos, o que, consequentemente, causa perdas na produção de leite. Os principais problemas causados pelo estresse térmico são:
- Maior índice de retenção de placenta;
- Mastite clínica;
- Predisposição à acidose ruminal;
- Predisposição aos problemas de casco;
- Baixa resistência imunológica;
- Redução de escore corporal;
- Redução na produção de leite.
Para Ebert Fiod, um dos principais responsáveis pela mudança na cultura dos produtores no trato com a terra/rebanho, se deu com a chegada de projetos como o Projeto Rural Sustentável, que “representa um impulso na relação da assistência técnica com o produtor. Muitas vezes, o problema do produtor não é acesso ao recurso, mas sim, saber aplicar a tecnologia sem o direcionamento de um profissional. Portanto, o que mais vai contar de forma positiva para o PRS é a garantia da assistência técnica aos produtores cadastrados como UD ou UM, durante a vigência do projeto.
O Projeto Rural Sustentável está com chamada aberta para UM, destinada a pequenos e médios produtores rurais interessados em adotar tecnologias de baixo carbono em suas propriedades, para saber mais é só acessar o edital completo no site www.ruralsustentavel.org.
Atividade florestal é tema de evento técnico realizado na região metropolitana de Curitiba
PRS reúne membros do Comitê Técnico Estadual no Paraná
Evento contou com a participação de equipe do PRS que aproveitou a oportunidade para fazer contatos e divulgar as ações do projeto no Paraná
A equipe do Projeto Rural Sustentável participou na última sexta-feira (22) de um Dia de Campo promovido pela Instituto Emater e Embrapa-Florestas na Fazenda Canguiri – UFPR, município de Pinhais.
O encontro teve como objetivo apresentar e debater as tecnologias de produção florestal, os sistemas integrados de produção agrícola (SIPAs) e os métodos de recomposição de matas nativas.
Durante o dia de campo foram apresentadas as pesquisas e alternativas tecnológicas desenvolvidas pelas instituições de ensino e extensão rural. Divididas por estações, os participantes puderam observar o sistema silvipastoril (ILPF); a implantação e condução florestal; o Projeto Arboreto (PET – Engenharia Florestal - UFPR); e as estratégias de recomposição florestal em áreas degradadas, incluindo a demonstração da recuperação de reserva legal e áreas de preservação permanente.
Como ação de comunicação, os quase 150 participantes do evento receberam folder do Projeto Rural Sustentável junto com o kit de materiais distribuído. Além da distribuição do material, o assessor de comunicação local no Paraná pode apresentar em linhas gerais o projeto para professores da UFPR e da UNICENTRO (Irati e Guarapuava), além de alunos do curso de engenharia florestal destas instituições. Outro ganho contabilizado pela participação no evento foi o aprofundamento técnico sobre os conteúdos abordados, em especial, sobre os sistemas integrados de produção agrícola – Integração Lavoura Pecuária Florestas.
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Saiba mais sobre a Chamada de Unidades Multiplicadoras
PRS reúne membros do Comitê Técnico Estadual no Paraná
PRS reúne membros do Comitê Técnico Estadual no Paraná
Ações realizadas nos últimos 3 meses e apresentação dos resultados do projeto foram os principais temas abordados
O Projeto Rural Sustentável realizou na última quinta feira (21) em Curitiba, reunião com o Comitê Técnico Estadual para apresentar as ações realizadas nos últimos 3 meses de atuação, destacando os resultados alcançados neste período.
O encontro foi realizado na sede da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Paraná e contou com a participação de representantes do Ministério da Agricultura, SEAB, IAPAR, EMATER, Banco do Brasil, APEPA, da coordenadora do Bioma Mata Atlântica, Patrícia Reis, além de representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Mariana Vilar.
Patrícia apresentou os resultados operacionais alcançados nas reuniões de mobilização realizadas no Estado, com destaque para o aumento no número de Instituições de ATER e técnicos que se cadastraram ou estão em processo de cadastramento, que passou de 13 para 46 (ATERs) e 28 para 110 (ATECs). Além deste novo cenário, foram apresentados resultados de processos relacionados aos campos da gestão, comunicação e avanços tecnológicos sobre o portal alcançados até a presente data.
Foi realizada uma avaliação qualitativa sobre os sete Dias de Campo acompanhados pelo comunicador local do Projeto, bem como das reuniões de mobilização realizadas com apoio dos membros do CTE e dos monitores locais. Outro destaque do encontro foi a elaboração de uma agenda de ações para imprimir maior impacto do projeto no Estado. Tal agenda foi pautada nas contribuições de cada entidade integrante do comitê, a partir de sugestões dadas pelos seus representantes.
A próxima reunião do comitê acontecerá no dia 30 de novembro, as 10:00 horas, também na sede do Ministério de Agricultura, em Curitiba. Terá como principal pauta a avaliação do das estratégias e ações acordadas pelos membros do CTE para maior mobilização de atores e potenciais beneficiários do projeto e acompanhar as metas de cadastramento das unidades multiplicadores.
Saiba mais sobre outras tecnologias de baixa emissão de carbono
SAF possibilita diversificação de produção e manutenção da rentabilidade
SAF possibilita diversificação de produção e manutenção da rentabilidade
O Sistema Agroflorestal é umas das tecnologias adotadas por Unidades Demonstrativas do Projeto Rural Sustentável
“Com o SAF podemos plantar mandioca e feijão até o açaí crescer e dá frutos. Assim, não deixamos de produzir e obter renda”, assim afirmou a produtora rural, Nairani Felizardo, que adotou em sua propriedade o Sistema Agroflorestal (SAF), uma tecnologia de baixa emissão de carbono que permite a diversificação da produção e alternância de culturas, sem que afete a renda de produtores e produtoras rurais.
O SAF é uma das tecnologias apoiadas pelo Projeto Rural Sustentável (PRS) e implantada na Fazenda Souza, da família de Nairani, há 28 anos. Na propriedade rural, localizada em Marabá, no sudeste do Pará, o pai de Nairani Sebastião Felizardo Souza começou o plantio de cupuaçu em consócio de espécies florestas, como o mogno e a castanheira.
Atualmente, a família desenvolve a piscicultura e, principalmente, a produção de açaí e cupuaçu, destinado ao beneficiamento da polpa. Por serem culturas que demandam muito tempo para dá frutos, a família teve que introduzir outros plantios como a mandioca e o feijão. “São culturas diferentes, mas que podemos usar a mesma área para plantar. Inclusive, uma interfere na outra. O feijão, por exemplo, protegeu o solo e contribuiu para a adubação do açaí”, comenta Nairani.
Para o técnico agropecuário, Francisco Jorge de Araújo, agente técnico de extensão (ATEC), do PRS, que acompanhou a implantação do Sistema na propriedade, o SAF, “garante a manutenção das culturas e cobertura do solo. Pois, quando se planta em um espaçamento de sete por sete [metros]. Em um período o solo ficará descoberto e propício a consequências danosas. Quando se planta na cultura temporária você está cobrindo o solo e tendo rentabilidade para a família”.
O produtor rural Lindomar Leitão Alves também inseriu a mandioca na produção e alternou a cultura com o plantio de cacau, em sua propriedade, o Sítio Pai e Filho. Ele adotou o SAF e garante que a mandioca melhorou o plantio dos cacaueiros. “a plantação de mandioca ajudou a proteger a terra e assim o cacaueiro cresceu melhor. A mandioca garantiu a nossa renda até o cacau crescer”, finaliza o agricultor familiar.
A extração da borracha como opção de geração de renda e conservação do meio ambiente
A extração da borracha como opção de geração de renda e conservação do meio ambiente
Dia de Campo em Paranavaí, no Paraná, contou com a participação de produtores rurais
O projeto Rural Sustentável realizou na última terça feira (19) em Paranavaí, Dia de Campo sobre a cultura da Seringueira no Sitio Santo Antônio, do produtor rural Jailson Gonçalves de Oliveira, contemplado pela chamada de Unidades Demonstrativas. A extração da borracha aliada a ações de conservação decorrentes do manejo sustentável das seringueiras serviu como fator de motivação aos produtores rurais presentes.
Os 58 participantes, em sua maioria produtores da agricultura familiar, foram recepcionados pelo monitor de campo do Projeto e por técnicos da Emater e Iapar, que na parte da manhã apresentaram temas como a implantação do seringal, tratos culturais – adubação e características do painel de sangria num seringal explorado há 30 anos. À tarde, os convidados foram à estação do IAPAR em Paranavaí para participar de uma vivência prática relacionada a abertura do painel de sangria, ministrada pelo técnico agrícola João Gonçalves.
Além dos produtores, a capacitação contou com a participação de profissionais de assistência técnica e de extensão rural, estudantes, agentes de crédito, representantes da prefeitura, inclusive do Secretário Municipal da Agricultura de Paranavaí, Sr. Tarcísio Barbosa de Souza e demais lideranças do segmento. O Dia de Campo serviu também para apresentar os objetivos e metas do Projeto Rural Sustentável, bem como divulgar a chamada pública para Unidades Multiplicadoras, lançada no dia 28 de julho.
Luciano Domingos Ferreira, monitor de Campo da região norte, falou sobre os resultados da capacitação: “Hoje nós pudemos sentir o interesse por parte dos produtores rurais aqui de Paranavaí, que superou a expectativa no número de participantes. As ações do PRS vão contribuir muito para a melhoria das condições de trabalho desses produtores que viram a possibilidade de aumentar a renda familiar cuidando da terra do jeito certo”, argumenta ele.
Saiba mais sobre Plantio de Florestas Comerciais
Saiba mais sobre outras tecnologias de baixa emissão de carbono
Diversificação da produção é a chave para a pequena e média propriedade
Cultivo da pupunha se torna alternativa econômica viável em Cotriguaçu
Integração lavoura-pecuária-floresta e Sistema Agroflorestal são as escolhas dos produtores em Erechim
Em uma paisagem rodeada por lavouras e grandes áreas, a propriedade de Paulino Olucoski mostra diversificação, produtividade e a força dos pequenos na zona rural de Erechim, a cerca de 400 quilômetros da capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
“Acho ótimo receber o pessoal aqui e mostrar, porque aqui tem poucos que fazem assim”, conta Paulino orgulhoso depois do dia de campo realizado em 18 de agosto que reuniu cerca de 30 produtores para falar sobre integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), uma das quatro tecnologias apoiadas aprovadas pelo Plano de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e apoiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) por meio do Projeto Rural Sustentável.
Paulino e a esposa Maria participam há cerca de um ano e meio do projeto, como unidade demonstrativa (UD), uma espécie de sala de aula viva para mostrar a outros proprietários como reduzir o impacto ambiental é possível. O casal, que vive na região há 33 anos, e mais um filho tem um Sistema Agroflorestal (SAF) e produzem erva mate, fazem o extrativismo do pinhão além de gado de corte, milho, soja e plantios para subsistência, como mandioca e batata doce.
Paulino conta que quando começou a plantar os pinheiros, tendo um trabalho árduo no cuidado com as mudinhas, foi motivo de riso por muitos. Hoje ele literalmente colhe os frutos: enquanto muitos seguem produzindo apenas erva mate – que tem um preço bastante oscilante no mercado, ele tem outras formas de complementar a renda.
Dona Odila Pferl compareceu ao Dia de Campo. Ela mora há 51 anos na região e achou muito importante a iniciativa. Tem planos de, com o auxílio de algum dos agentes técnicos de extensão rural (Atecs) credenciados ser unidade multiplicadora com foco no trabalho com o gado, para a recuperação de áreas degradas com pastagem, outra tecnologia apoiada. “O diferencial deste projeto é aliar preservação e produção”, afirma Fernando Costella, agente responsável pela implantação na área de Paulino e Maria. Costella também destacou que as técnicas são plenamente aplicáveis na sua região de atuação, dialogando com a realidade local.