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Integração lavoura-pecuária-floresta e Sistema Agroflorestal são as escolhas dos produtores em Erechim

Em uma paisagem rodeada por lavouras e grandes áreas, a propriedade de Paulino Olucoski mostra diversificação, produtividade e a força dos pequenos na zona rural de Erechim, a cerca de 400 quilômetros da capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

“Acho ótimo receber o pessoal aqui e mostrar, porque aqui tem poucos que fazem assim”, conta Paulino orgulhoso depois do dia de campo realizado em 18 de agosto que reuniu cerca de 30 produtores para falar sobre integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), uma das quatro tecnologias apoiadas aprovadas pelo Plano de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e apoiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) por meio do Projeto Rural Sustentável.

Paulino e a esposa Maria participam há cerca de um ano e meio do projeto, como unidade demonstrativa (UD), uma espécie de sala de aula viva para mostrar a outros proprietários como reduzir o impacto ambiental é possível. O casal, que vive na região há 33 anos, e mais um filho tem um Sistema Agroflorestal (SAF) e produzem erva mate, fazem o extrativismo do pinhão além de gado de corte, milho, soja e plantios para subsistência, como mandioca e batata doce.

Paulino conta que quando começou a plantar os pinheiros, tendo um trabalho árduo no cuidado com as mudinhas, foi motivo de riso por muitos. Hoje ele literalmente colhe os frutos: enquanto muitos seguem produzindo apenas erva mate – que tem um preço bastante oscilante no mercado, ele tem outras formas de complementar a renda.

Dona Odila Pferl compareceu ao Dia de Campo. Ela mora há 51 anos na região e achou muito importante a iniciativa. Tem planos de, com o auxílio de algum dos agentes técnicos de extensão rural (Atecs) credenciados ser unidade multiplicadora com foco no trabalho com o gado, para a recuperação de áreas degradas com pastagem, outra tecnologia apoiada. “O diferencial deste projeto é aliar preservação e produção”, afirma Fernando Costella, agente responsável pela implantação na área de Paulino e Maria. Costella também destacou que as técnicas são plenamente aplicáveis na sua região de atuação, dialogando com a realidade local.