Apoio do Projeto Rural Sustentável garante pastagem perene no noroeste gaúcho

Irrigação e correção de solo garantiram melhor produtividade

O trabalho com o gado de leite começa cedo na comunidade Capinzal, a 20 km de Passo Fundo, noroeste gaúcho.  São apenas 6 horas da manhã, e dona Neiva Maria Fagundes e seu marido Roque já estão ordenhando as vacas para depois tratar da limpeza. Às 10 horas, a parada do chimarrão é sagrada. E o trabalho não tem folga aos sábados nem domingos. A família enfrentou tempos difíceis: colocaram animais demais na área e acabaram não conseguindo cuidar de todos, baixando a produtividade.

Com a ajuda do técnico da Emater, Alessandro Davesc, da Emater, fizeram a recuperação de área degradada com pastagem, uma das quatro apoiadas pelo Projeto Rural Sustentável, que incentiva pequenos e médios produtores a adotarem técnicas de baixo carbono, ou seja, que reduzem as emissões dos gases que influenciam as mudanças climáticas. Além dela, também são financiadas propostas de recuperação de área degrada com floresta, integração lavoura-pecuária-floresta, floresta comercial e manejo de floresta nativa.

Com a recuperação do pasto, a família garantiu pastagem de inverno para as vacas, uma grande dificuldade na área rural gaúcha. Atualmente, eles tem quase o mesmo lucro, com menos vacas. São R$ 57.710 de ordenha por ano. Com o recurso recebido pelo PRS, Dona Neiva e Seu Roque investiram em irrigação, correção de solo, cerca e piquetes para a propriedade. Com a assistência da Emater, apenas 15% dos alimentos são comprados fora, o que soma ao final de um ano, R$ 16 mil de economia por ano.

As 40 famílias da comunidade têm em média, 12 hectares e trabalham com gado e soja. A região produz 620 milhões de litros de leite, que são vendidos para cinco postos de compra próximos. Airton Ferreira dos santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Passo Fundo, conta que o projeto lhe deu ânimo e o incentivou a continuar no campo, além de garantir a sucessão familiar na propriedade.

O filho de Neiva e Roque, Jeferson Trapasson Fagundes, de 23 anos, viu no projeto uma alternativa e ficou interessado em incluir sua propriedade também. “É possível ver o que funciona.Recebemos para preservar, porque qualquer pedaço de mato faz falta para os pequenos proprietários”, analisa Jeferson.

O Rural Sustentável acontece por meio de uma Cooperação Técnica entre o Fundo Internacional para o Clima do Ministério da Agricultura, da Alimentação, da Pesca e dos Assuntos Rurais do Governo Britânico (DEFRA), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Banco interamericano de Desenvolvimento (BID), e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS).