Cadastro Ambiental Rural é tema de dia de campo

Cadastro Ambiental Rural é tema de dia de campo

A adequação ambiental foi abordada no evento realizado em Rondon do Pará

No sábado (21), o Cadastro Ambiental Rural (CAR) foi abordado no dia de campo do Projeto Rural Sustentável (PRS), realizado no Sítio Vó Deja, em Rondon do Pará, no sudoeste paraense. O tema atraiu 13 produtores rurais do município.

O CAR foi criado pela Lei 12.651/12, que “estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Proteção Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento da matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtores florestais e o controle da prevenção dos incêndios florestais, e prevê instrumentos financeiros para o alcance de seus objetivos”.

O Cadastro é um registro eletrônico obrigatório para todas as propriedades rurais e forma uma base dados que permite o controle, monitoramento e combate ao desmatamento. O CAR é um dos requisitos para participar do PRS. É necessário atestar que a propriedade passou pela adequação ambiental.

No evento, os produtores puderam conhecer as etapas para participar do Projeto seja pelas Chamadas para Unidades Demonstrativas (UD) ou para Unidades Multiplicadoras (UM).


Técnicos e instituições de extensão rural gaúchas esclarecem dúvidas sobre Projeto Rural Sustentável

Técnicos e instituições de extensão rural gaúchas esclarecem dúvidas sobre Projeto Rural Sustentável

Participantes debateram andamento das atividades

Profissionais e instituições de extensão rural do Rio Grande do Sul participaram, no dia 24 de outubro, de uma oficina do Projeto Rural Sustentável. O encontro, no auditório da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), teve como objetivo esclarecer dúvidas sobre os editais de Unidades Multiplicadoras (UM) e a chamada complementar direcionada a Unidades Demonstrativas (UD), que no RS está aberta para Erechim, Agudo e Boa Vista das Missões, visando a implantação de tecnologias de baixo carbono em propriedades rurais no portal do PRS. O projeto tem como público alvo pequenos e médios produtores rurais além de técnicos de extensão rural.

Os cerca de 30 participantes, integrantes da Emater, do Centro de Tecnologias Populares (Cetap) e outras instituições, puderam conhecer melhor o portal, entender o fluxo de aprovação de propostas além de trocar experiências sobre as atividades realizadas até agora. “O projeto apresenta tecnologias compatíveis com a realidade e alia a produção de alimentos com preservação ambiental. É positivo como proposta de política pública”, avaliou José Kleber, da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do RS.

O Projeto Rural Sustentável incentiva a adoção de tecnologias de baixo carbono em pequenas e médias propriedades por meio de incentivo financeiro possibilitado por uma cooperação técnica entre o Fundo Internacional para o Clima do Governo Britânico (DEFRA), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Banco interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade.

Ari Bertuzzi, veio conhecer o projeto, pois tem interesse em participar. “As explicações foram úteis porque, certamente surgiriam muitas dúvidas quando estivesse frente ao computador”, percebeu o técnico. Patrícia Reis, coordenadora do Bioma Mata Atlântica do IABS, esclareceu duvidas e  listou sugestões para serem feitas, como a possibilidade dos técnicos gerarem um pdf da proposta final, ação não existente no formato atual do cadastro. Ivandro Zambori já tem sua instituição cadastra, mas ainda não apresentou proposta técnica. “Antes eu achava que era muita burocracia, agora percebi que não. Para nós será uma possibilidade de trabalhar com pequenos produtores que muitas vezes não tem acesso aos recursos”, esclareceu ele.


Estudantes conhecem produção de cacau com Sistema Agroflorestal em dia de campo

Estudantes conhecem produção de cacau com Sistema Agroflorestal em dia de campo

O evento foi promovido em Tucumã, no sudeste do Pará

O “Cultivo do cacau com Sistema Agroflorestal (SAF)” foi o tema do dia de campo, promovido pelo Projeto Rural Sustentável (PRS), na quinta-feira (19), em Tucumã, no sudeste paraense. O evento teve a participação de 50 pessoas, a maioria jovens estudantes da Casa Familiar Rural de Tucumã e Ourilândia, instituição que atua com a formação técnica voltada as atividades do campo.

O Sistema Agroflorestal (SAF) é um das tecnologias de baixo carbono apoiadas pelo PRS e foi implantado no município, com sucesso, em sete das oito Unidades Demonstrativas (UD) que estão em Tucumã. No dia de campo foi apresentado toda a viabilidade da produção cacaueira dentro do SAF.

Foram abordados tópicos como: a interação entre as plantas, os arranjos espaciais, os tratos culturais e a forma de cultivo do cacau. Além disso, “apresentamos a viabilidade social da implantação desse sistema dentro das propriedades, uma vez que o cultivo de cacau em Sistema AF pode contribuir com a área de reserva legal”, explica Frederico Azevedo, ATEC, do PRS.

O evento contou com a participação de 33 estudantes da Casa Familiar Rural de Tucumã e Ourilândia. A entidade atua baseada na pedagogia da alternância, em que a criança e/ou adolescente passa um período em sala de aula e outro em atividades do meio rural.

Denilson Ferreiro Rodrigues, já no último ano na Casa Familiar afirma que o dia de campo contribuiu para ampliar o conhecimento sobre o SAF. “Achei interessante. Uma aula onde aprendi sobre o processamento do cacau com SAF, fazer a associação com as culturas mais utilizadas, o manejo, as vantagens e desvantagens e o lucro”, comentou o estudante.

A aluna Isabela Cristina da Costa e Silva comentou que “foi muito bom porque a gente aprende a consociar o SAF em nossa propriedade, tendo ênfase no cacau. Nós podemos ter lucro com outras culturas.”


Produtor paranaense implanta técnica com pastagem para recuperar solo

Produtor paranaense implanta técnica com pastagem para recuperar solo

Evento em Itapejara D`Oeste serviu de estímulo para a adesão ao projeto de novos produtores

Em 18 de outubro, o Projeto Rural Sustentável realizou mais um Dia de Campo no município de Itapejara D’Oeste, desta vez, organizado por técnicos da EMATER. Localizada na Comunidade Palmeirinha, a Unidade Demonstrativa do Sr. Ady Schuastz, foi palco para demonstração de técnicas de conservação do solo e de recuperação de áreas degradadas por meio da implantação de pastagens.

A capacitação contou com a presença das principais entidades representativas da agricultura familiar no município, como o SINTRAF – Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Itapejara, representantes da prefeitura, do Secretário Municipal da Agricultura e Meio Ambiente de Itapejara, Antônio Edson Azeredo (Edinho) e demais lideranças do segmento. Cerca de 30 agricultores interessados em aderir ao projeto estiveram presentes e assistiram as  apresentações feitas “in loco” das tecnologias implantadas.

Segundo o técnico responsável pela capacitação, Lari Maroli, “antigamente a área era considerada de baixa aptidão, apresentando rochas no seu interior. O manejo das culturas era feito com tração animal e o processo de adubação era em subdosagem, ocorrendo erosão, redução na fertilidade natural do solo e consequentemente, a degradação”, afirma ele.

Para a recuperação da área, o produtor implantou práticas conservacionistas como a construção de terraços em nível e enleiramento de pedras, adubação do solo de acordo com análise, implantação de pastagem com espécies melhoradas e hoje maneja os animais e a pastagem através da divisão em piquetes, onde faz o pastoreio rotativo. Todo esse processo de cuidado com a terra foram vistos pelos participantes que aproveitaram também para esclarecer dúvidas sobre espécies de pastagem e outros exemplos de boas práticas para melhorar a conservação do solo.

Saiba mais sobre a Chamada de Unidades Multiplicadoras http://www.ruralsustentavel.org/chamada_um/

Saiba mais sobre a Chamada de Unidades Demonstrativas http://www.ruralsustentavel.org/chamada_direcionada/


Legislação ambiental é tema de dia de campo em Tucumã no Pará

Legislação ambiental é tema de dia de campo em Tucumã no Pará

Crimes ambientais, como provocar queimadas foram abordados no evento.

Legislação ambiental foi tema de dia de campo do Projeto Rural Sustentável (PRS), realizado, nos dias 18 e 20 de outubro, em Tucumã, no sudeste do Pará. O objetivo foi esclarecer aos produtores rurais aspectos sobre leis de crimes ambientais, principalmente, sobre sanções penais relacionadas a queimadas.

O evento foi realizado nas propriedades: Sítio Manelin e Sítio Pai e Filho, onde os 55 participantes receberam instruções acerca de licenciamento ambiental, Código Florestal e o Art. 250 do Código Penal que prevê multa e reclusão de três a seis anos para quem provocar queimadas.

Até o final agosto desse ano, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) registrou um total de 11.962 focos de queimada, em todo estado do Pará. Tucumã foi um dos municípios que sofreu danos ambientais provocados pelas queimadas.

 

“Muitos produtores foram multados pelos órgãos ambientais, então decidimos esclarecer algumas dúvidas em relação as punições legais que as pessoas podem sofrer por fazer queimadas”, explica Valdemir Lima, ATEC do PRS. Segundo ele, o produtor não ter sido penalizado por crimes ambientais é um dos critérios para participar do PRS.

Para o produtor rural, Jesus Oliveira, o evento contribuiu para o conhecimento sobre legislação. “É importante ficarmos por dentro da Lei. Principalmente nós, que queremos participar do Projeto [Rural Sustentável]”.


Projeto Rural Sustentável é apresentado em evento sobre desenvolvimento sustentável

Projeto Rural Sustentável é apresentado em evento sobre desenvolvimento sustentável

Iniciativa foi um dos temas do Seminário Caminhos do Desenvolvimento Verde na Agenda do Pará 2030.

O Projeto Rural Sustentável (PRS) foi apresentado, nesta quinta-feira (19), no Seminário Caminhos do Desenvolvimento Verde na Agenda do Pará 2030, na capital Belém. O evento, promovido na Escola de Governança Pública do Estado do Pará, debateu os cenários de uso da terra e os custos de implantação para fortalecer a sustentabilidade.

O Seminário foi organizado pela The Nature Conservancy (TNC), uma ong que trabalha para a conservação do meio ambiente, com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Programa Municípios (PMV) e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia e Mineração do Governo do Pará (SEDEME).

O Pará 2030 é o Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável, que prioriza 12 cadeias produtivas incluindo plantio de floresta, pecuária sustentável e manejo florestal entre outros e tem previsão de aumento do PIB estadual em 4,5%. O plano busca também a redução de até 80% das emissões de gases de efeito estufa por unidade de PIB e alcançar o desmatamento liquido zero até 2020.

Nesse contexto, o PRS foi apresentado na mesa redonda intitulada: “Oportunidades de financiamento do Grupo BID para o setor do agronegócio”. A especialista sênior, da Divisão de Cambio Climático do BID, Barbara Brakarz, falou sobre as fontes de financiamento direcionados ao setor agropecuário e os objetivos e ações do Rural Sustentável, no estado paraense.

“Eu vejo o Rural Sustentável completamente alinhado com a estratégia do Pará 2030, principalmente, na vertente que olha a restauração florestal, implantação prática de agricultura sustentável e ao fomento a cadeias produtivas”, comenta Barbara.

Além da especialista do BID, estiveram em Belém: o assessor Chefe da Vice-presidência Executiva, José Jorge Seligmann Silva, o representante do BID no Brasil, Hugo Florez Timoran, a coordenadora Operativa da Divisão de Cambio Climático, Juliana Almeida, o representante do Fundo Multilateral de Investimentos (FOMIN), Tomas Lopes Teixeira e o especialista em Comercio Exterior, Guilherme Piereck.

Reunião com o gov. Simão Jatene no Palácio dos Despachos

 

A equipe do BID e representantes da TNC se reuniram com o Governador Simão Jatene, no Palácio dos Despachos, na quarta-feira (18), para explicar o projeto e traçar parcerias em favor de iniciativas de desenvolvimento sustentável, buscando o apoio do governo paraense.


A importância da madeira como elemento no sistema integrado de produção

A importância da madeira como elemento no sistema integrado de produção

Produção e manejo do Eucalipto são temas de Dia de Campo em Itapejara D’Oeste no Paraná

O município de Itapejara D’Oeste, sediou no dia 31 de outubro, mais uma capacitação do Projeto Rural Sustentável para produtores e agentes técnicos. O Dia de Campo teve como temáticas a implantação de Florestas Comerciais como fator de integração nos sistemas de produção agrícola aliado a conservação ambiental, apontando também para a importância do manejo florestal adequado a fim de obter resultados mais eficientes.

O evento contou com a organização e o apoio de agentes técnicos da SIA (Serviço de Inteligência em Agronegócios) e da ATER Itapejara, empresas que prestam serviços de assistência técnica e extensão rural na região, e reuniu cerca de 30 participantes entre produtores rurais do município e do entorno.

O produtor contemplado e também anfitrião do evento foi o Sr. Roberto Carlos Calderoli, que produz grãos, aves e utiliza a floresta de eucalipto para fornecimento de lenha ao aviário e também de madeira para a propriedade e comercialização. “Usamos o eucalipto para quase tudo aqui na propriedade. Isso ajuda a diminuir os custos da produção e ainda com isso, conseguimos manter um pedaço interessante de área florestal”, destaca ele. Além do uso sustentável da madeira, proveniente de reflorestamento, o produtor utiliza a cama de aviário como fonte de adubo orgânico para suas lavouras, outro elemento favorável a conservação do solo, tema que também foi abordado durante o encontro.

Além dos produtores, participaram do evento o Sr. Fernando Mantovani, presidente do SINTRAF (Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Itapejara) e o Sr. Antonio Edson Azeredo, Secretário Municipal da Agricultura e Meio Ambiente de Itapejara D'Oeste.

O Sr. Mantovani, que vem apoiando as ações do projeto no município, destacou a importância da realização dos Dias de Campo para sensibilizar outros agricultores. “A finalidade é demonstrar aos produtores as técnicas desenvolvidas e mostrar os benefícios caso apliquem nas suas propriedades. É uma grande oportunidade para quem quer implantar uma floresta comercial ou recuperar uma área degradada com pastagem”, aponta ele.


Agentes técnicos e entidades de assistência técnica rural se reúnem em Curitiba pelo Projeto Rural Sustentável

Agentes técnicos e entidades de assistência técnica rural se reúnem em Curitiba pelo Projeto Rural Sustentável

Evento teve como foco esclarecer dúvidas e alinhar ações em prol dos objetivos e metas do Projeto

O Projeto Rural Sustentável realizou em 17 de outubro, em Curitiba, oficina destinada a tirar dúvidas sobre processos em aberto referentes a Chamada para Unidades Multiplicadora (UM) e a Chamada complementar direcionada a Unidades Demonstrativas (UD), que tem como público alvo pequenos e médios produtores rurais e agentes de assistência técnica. O encontro foi realizado na sede da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Paraná e contou com a participação de 26 representantes de diversas instituições privadas, principalmente do interior do estado, e também da EMATER, entidade estadual que presta serviços de assistência técnica e rural,

O evento foi organizado pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade - IABS, entidade responsável pela implementação do projeto a nível nacional e contou com a participação de toda equipe técnica do projeto no Paraná, monitores de campo e assistente de comunicação, além da coordenadora do Bioma Mata Atlântica, Patrícia Reis, e da representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento, órgão executor do projeto, Mariana Vilar.

Palestra da coordenadora do Bioma Mata Atlântica, Patrícia Reis

 

O projeto no Paraná tende a crescer e atingir as metas propostas de redução de gases estufa por meio da multiplicação das tecnologias de produção de baixo carbono, além da capacitação dos produtores e agentes de assistência técnica rural.

 Saiba mais sobre a Chamada de Unidades Multiplicadoras http://www.ruralsustentavel.org/chamada_um/

Saiba mais sobre a Chamada de Unidades Demonstrativas http://www.ruralsustentavel.org/chamada_direcionada/


Apoio do Projeto Rural Sustentável garante pastagem perene no noroeste gaúcho

Apoio do Projeto Rural Sustentável garante pastagem perene no noroeste gaúcho

Irrigação e correção de solo garantiram melhor produtividade

O trabalho com o gado de leite começa cedo na comunidade Capinzal, a 20 km de Passo Fundo, noroeste gaúcho.  São apenas 6 horas da manhã, e dona Neiva Maria Fagundes e seu marido Roque já estão ordenhando as vacas para depois tratar da limpeza. Às 10 horas, a parada do chimarrão é sagrada. E o trabalho não tem folga aos sábados nem domingos. A família enfrentou tempos difíceis: colocaram animais demais na área e acabaram não conseguindo cuidar de todos, baixando a produtividade.

Com a ajuda do técnico da Emater, Alessandro Davesc, da Emater, fizeram a recuperação de área degradada com pastagem, uma das quatro apoiadas pelo Projeto Rural Sustentável, que incentiva pequenos e médios produtores a adotarem técnicas de baixo carbono, ou seja, que reduzem as emissões dos gases que influenciam as mudanças climáticas. Além dela, também são financiadas propostas de recuperação de área degrada com floresta, integração lavoura-pecuária-floresta, floresta comercial e manejo de floresta nativa.

Com a recuperação do pasto, a família garantiu pastagem de inverno para as vacas, uma grande dificuldade na área rural gaúcha. Atualmente, eles tem quase o mesmo lucro, com menos vacas. São R$ 57.710 de ordenha por ano. Com o recurso recebido pelo PRS, Dona Neiva e Seu Roque investiram em irrigação, correção de solo, cerca e piquetes para a propriedade. Com a assistência da Emater, apenas 15% dos alimentos são comprados fora, o que soma ao final de um ano, R$ 16 mil de economia por ano.

As 40 famílias da comunidade têm em média, 12 hectares e trabalham com gado e soja. A região produz 620 milhões de litros de leite, que são vendidos para cinco postos de compra próximos. Airton Ferreira dos santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Passo Fundo, conta que o projeto lhe deu ânimo e o incentivou a continuar no campo, além de garantir a sucessão familiar na propriedade.

O filho de Neiva e Roque, Jeferson Trapasson Fagundes, de 23 anos, viu no projeto uma alternativa e ficou interessado em incluir sua propriedade também. “É possível ver o que funciona.Recebemos para preservar, porque qualquer pedaço de mato faz falta para os pequenos proprietários”, analisa Jeferson.

O Rural Sustentável acontece por meio de uma Cooperação Técnica entre o Fundo Internacional para o Clima do Ministério da Agricultura, da Alimentação, da Pesca e dos Assuntos Rurais do Governo Britânico (DEFRA), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Banco interamericano de Desenvolvimento (BID), e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS).


Dia de Campo na Fazenda Misto Quente

Dia de Campo na Fazenda Misto Quente

Agricultores da região de Malacacheta, em Minas Gerais, conheceram o uso da tecnologia RAD-P

Mombaça (Panicum maximum) e Braquiária (Brachiaria brizantha) são gramíneas bastante utilizadas para alimentar o gado, principalmente em regiões com grandes diferenças climáticas durante o ano.

E foram essas espécies de vegetação que o produtor Valdir Camargos, o Didiquiel, introduziu em áreas degradas da Fazenda Misto Quente, localizada na cidade mineira de Malacacheta e que recebeu mais um Dia de Campo do Projeto Rural Sustentável (PRS)

Segundo Didiquiel, seus primeiros passos na atividade agrícola foram com plantação de café, comum na região. Após 20 anos, o agricultor resolveu mudar de atividade e hoje se dedica a pecuária, por meio da produção de leite e queijo, além de criar gado para o corte. “Também tentamos nos enveredar pela plantação de eucaliptos, mas como as indústrias estão pagando muito pouco pela matéria-prima, resolvemos utilizar somente para consumo próprio”, afirmou.

Valdir destaca que sempre se preocupou em manter preservadas as Áreas de Proteção Permanente (APP) da propriedade e por isso resolveu apostar na recuperação de sua pastagem e assim não precisar abrir novas áreas. Com a ajuda do filho Albert Araújo, técnico agrícola e estudante de Agronomia, começou a plantar Mombaça e Braquiária e assim tentar recuperar áreas que estavam em avançado processo de desgaste.

Para Albert, o pasto reagiu muito bem as tecnologias utilizadas. “Em algumas partes fizemos um plantio tradicional com enxadão e utilizando somente esterco como adubo. Os resultados foram extraordinários, posso dizer que nossa menor taxa de lotação já possui de 80 a 90% de capim, mesmo sem chover há quase seis meses”, destacou.

Outra vantagem da recuperação do pasto foi o aumento da vazão da água no lençol freático da propriedade. “Percebemos que a quantidade de água dos poços teve um bom aumento, ajudando a amenizar um pouco a seca que vem nos assolando”, afirmou.

Apoio do PRS - Após tomar conhecimento do Projeto Rural Sustentável, Valdir resolveu contatar o engenheiro agrônomo Cassius Pinheiro para ajudar a inscrever sua propriedade na temática Recuperação de Áreas Degradadas com Pastagem (RAD-P).

Para Cassius a vinda do projeto para a região foi muito importante, pois muitos produtores têm interesse nos temas, mas não tem tempo ou desconhecem as atividades das empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATERs). “É imprescindível conhecer as realidades dos produtores dos municípios para que possamos trabalhar as tecnologias de forma adequada e que atenda a necessidade de cada produtor”, declarou.

José Lopes Pereira é Diretor da Escola Família Agrícola, e considera que a parceria entre os diversos atores da atividade agropecuária na região é estratégica. “Trouxemos alunos de diversos municípios, a sua maioria filhos de produtores rurais, para que possam conhecer as temáticas do projeto e, assim, apresentá-lo às suas famílias, contribuindo para a disseminação de conhecimento e com o intuito de agregar valor a propriedade”, disse.

Ainda segundo Pereira, a degradação das áreas de pastagem, muito comum na região, é uma das preocupações no ensino da escola agrícola. “Queremos que a agricultura familiar seja fortalecida em Malacacheta e seu entorno, mas sempre levando a ideia de que é necessário se produzir com sustentabilidade”, afirmou.