Manejo e tratos culturais do Cupuaçu no região Norte do Mato Grosso
Manejo e tratos culturais do Cupuaçu no região Norte do Mato Grosso
Produtores receberam orientações das principais técnicas para o cultivo do cupuaçu
O Dia de Campo realizado pelo Projeto Rural Sustentável, na propriedade do senhor Amilton Castanha, munícipio de Cotriguaçu, no Sítio Bragança, no dia 28 de julho, apresentou as técnicas de cultivo do Cupuaçu (Theobromagrandiflorum). O evento contou com a participação de 19 pessoas, em sua maioria moradores das propriedades próximas ao sítio e produtores interessados no cultivo do cupuaçu.
O cupuaçu Theobromagrandiflorum é um fruto encontrado em desenvolvimento espontâneo “nativo” nas matas da região amazônica e tem grande semelhança com o fruto do cacau, podendo ser explorado para diversos fins.
Sua polpa pode ser utilizada na elaboração de sucos, sorvetes, picolés, geléias, iogurtes, doces, compotas. Ultimamente, o fruto vem sendo muito utilizado também na indústria de cosméticos.
Segundo dados da Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac), as análises de polpa de cupuaçu revelam boas características e teores médios de fósforo e de vitamina C superiores a muitas outras polpas de frutas.
Na propriedade do senhor Amilton, esta fruteira se adaptou bem ao seu sistema de produção, pois se trata de um sistema agroflorestal que proporciona boa porcentagem de sombra, sendo importante ao desenvolvimento do cupuaçu, que necessita dessas características.
O produtor Amilton demonstrou na prática como realizar a poda de manutenção na cultura. Amilton informou que a poda é muito importante para um bom desenvolvimento e produção da cultura, ela é feita com a intenção de manter uma boa arquitetura da planta, deixando-a a um porte adequado para facilitar o manuseio e coleta dos frutos.
A coleta é feita após a queda do fruto no solo. Por isso a importância da poda para que a planta não fique com um porte alto. Com a queda dos frutos de uma altura considerável, o impacto poderia causar a rachadura e perda do produto.
Outro controle importante com relação a cultura é o controle de doença. A doença mais comum é a vassoura de bruxa, muito encontrada também nos cultivos de cacau e é causada por um fungo conhecido como Crinipellis perniciosa. Na propriedade do Amilton, o controle é feito por meio da poda dos galhos afetados.
O produtor apresentou aos participantes o local de manipulação dos frutos onde é feita a higienização, por meio de uma despolpadora automatizada. O armazenamento das polpas em freezer garante a comercialização do produto.
Produtores do interior gaúcho aprendem mais sobre sistemas agroflorestais
Produtores do interior gaúcho aprendem mais sobre sistemas agroflorestais
Tecnologia recupera funções ecológicas do terreno
Os sistemas agroflorestais (SAFs) são consórcios de culturas agrícolas com espécies arbóreas que podem ser utilizados para restaurar florestas e recuperar áreas degradadas. A tecnologia ameniza limitações do terreno, minimiza riscos de degradação inerentes à atividade agrícola e otimiza a produtividade a ser obtida.
Por meio do uso desta tecnologia há menos perda de fertilidade do solo e no ataque de pragas. As árvores são inseridas como estratégia para o combate da erosão e o surgimento de matéria orgânica, restaurando a fertilidade do solo sendo fundamental para a recuperação das funções ecológicas, uma vez que possibilita o restabelecimento de boa parte das relações entre as plantas e os animais.
Com isso há melhoria na estrutura e na atividade da fauna do solo e maior disponibilidade de nutrientes, alcançando assim um equilíbrio biológico que promove o controle de pragas e doenças. Ainda é possível, na mesma área, estabelecer consórcios entre espécies de importância econômica, frutíferas e hortaliças.
Este foi o assunto do Dia de Campo, na propriedade de Pedro Wilson, no assentamento Nova Batalha, há 70 quilômetros de Vacaria, no Rio Grande do Sul. A área é uma Unidade Demonstrativa (UD) do Projeto Rural Sustentável, espécie de sala de aula que mostra a viabilidade das tecnologias de baixo carbono.
Pedro produz amora, milho, feijão e milho junto com a esposa Veronica e recebeu cerca de 30 produtores em sua casa. Pedro tentava a vida no Mato Grosso do Sul, juntou dinheiro lá e conseguiu realizar o sonho de adquirir sua própria terra, há 29 anos.
A palestra sobre SAFs, feita pelo geógrafo Josué Gregio, tratou dos serviços ecossistêmicos que este modelo permite, como formação do solo, regulação do microclima e favorecimento do ciclo da água. O tema foi tese de mestrado de Josué que exemplificou aos produtores participantes como implantar o sistema.
Pedro contou que a principal motivação para sua participação no projeto foi para valorizar a preservação e levar adiante esta mensagem aos seus vizinhos. “Eu quero ser uma referência e poder falar sobre uma forma mais sustentável de produzir, porque tenho convicção de que dá certo”, afirmou ele.
Técnica de conservação do solo e água é tema de dia de campo em Minas Gerais
Técnica de conservação do solo e água é tema de dia de campo em Minas Gerais
Uso de composto orgânico pode melhorar qualidade da produção
O projeto Rural Sustentável promoveu no dia 16 de agosto, Dia de Campo em Itambacuri, no nordeste do estado de Minas Gerais, na propriedade do Sr. Geraldo Sixto Liesner Leal, contemplada na tecnologia de agroflorestal.
O tema abordado foi a Conservação do Solo e Água, organizada em duas estações e ministrada pelos parceiros Emater e Instituto Terra.
Foi apresentado o conteúdo do Uso do Composto Orgânico na melhoria da fertilidade do solo, mostrando as técnicas necessárias para a produção de compostos orgânicos em uma propriedade rural à partir do aproveitamento dos
resíduos orgânicos, oriundos do manejo das atividades agrícolas para fertilizar o solo e melhorar a qualidade da produção.
Na segunda apresentação sobre Manutenção de Recuperação Florestal, os 44 participantes visitaram as áreas de nascentes protegidas e recuperadas e aprenderam sobre todas as etapas necessárias para a implantação dos projetos de recuperação e proteção de nascentes e sobre o manejo necessário ao longo do tempo.
Além disso, foi apresentado aos produtores rurais, os recursos disponíveis para a recuperação de nascentes e os fomentos florestais disponíveis para a região.
para a região em Itambacuri e Janaína Mendonça chefe da Regional Nordeste do IEF que falou sobre os fomentos florestais disponíveis pelo o IEF para o produtor rural em MG.
Dia de campo aborda prevenção a queimadas
Dia de campo aborda prevenção a queimadas
Em um mês foram registrados mais de 12 mil focos de incêndio no Pará
No período mais quente do ano todas as ações de prevenção de queimadas e incêndios florestais são necessárias para proteger a lavoura e os animais. Esse foi um dos assuntos mais debatidos no Dia de Campo, promovido no dia 02 de agosto, no Sítio do Caju, em Tucumã, no sudeste paraense. O evento que também debateu sobre a pragas e doenças do cacau, reuniu 29 produtores rurais.
Foram duas palestras que abordaram assuntos ligados as necessidades dos produtores da região. A primeira palestras abordou os cuidados com o cacaueiro e as “Pragas e doenças do cacau”, onde os produtores conheceram meios de prevenção a males como a vassoura-de-bruxa, um fungo que afeta o crescimento dos frutos.
Já a segunda palestra foi sobre a prevenção a queimadas. De acordo com o monitoramento do Programa de Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de 1º de julho a 1º de agosto desse ano, foram registrados 12.043 focos de incêndio em todo o Pará. Só em Tucumã, foram 35 focos.
As queimadas são motivo de preocupação na região, principalmente, entre os produtores, já que ano passado o fogo causou graves danos a produção. Em 2017, uma área de, aproximadamente, 10 hectares de plantio de cacau, foi totalmente queimada. Além disso, animais domésticos e silvestres também correram perigo. Uma vaca morreu e um tatu foi resgatada com queimaduras pelo corpo.
Na palestra, os produtores foram orientados a como promover ações de prevenção as queimadas irregulares. De acordo com o inciso I da Lei 12.651/2012, o uso do fogo em atividades agropastoris é permitido, mediante a aprovação do órgão estadual ambiental, do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama).
Propriedade é fonte de conhecimento sobre plantas, tratamento de resíduos e manejo animal
Propriedade é fonte de conhecimento sobre plantas, tratamento de resíduos e manejo animal
Dia de Campo trouxe informações à produtores do norte gaúcho
Aprender sobre o uso das plantas como remédio, a melhor forma para a limpeza da caixa de água, como fazer uma composteira, além de cuidados com a higiene das vacas leiteiras. Estes foram alguns dos aprendizados adquiridos pelos 45 participantes do Dia de Campo, realizado em 20 de junho na propriedade de André Henirch, no município de Boa Vista das Missões, norte do Rio Grande do Sul.
André recuperou áreas degradadas que estavam em processo de erosão, melhorando a pastagem com a tecnologia Recuperação de Área Degradada com pastagem (RAD-P), com apoio do Projeto Rural Sustentável. “É possível perceber a diferença no solo, que agora está rico em nutrientes. O açude tem peixes depois que as nascentes foram protegidas”, destacou Leonidas Piovesan, agente de assistência técnica (ATEC) do projeto e técnico da Emater.
Durante a programação os produtores da região presentes ao evento, receberam dicas de cuidados com a higiene do rebanho leiteiro no espaço onde ele ordenha 44 vacas. Os animais tem à sua disposição 12 piquetes com pasto farto inclusive no inverno - um dos frutos da recuperação da área que estava degradada.
Ludomila Trentin Dalbianco, da Pastoral da Saúde, apresentou os cuidados na hora de colher as plantas a serem usadas como medicamento, dicas para seu armazenamento além das propriedades e nutrientes presentes nas mais usadas. “Elas são importantes para fazer o corpo reagir e assim não deixar que a doença aja” explicou Ludomila. Para ela, as plantas medicinais já foram muito comuns no auxílio as doenças, mas com o tempo o hábito de usar o que se tinha no próprio quintal para tratar problemas de saúde foi perdendo espaço.
Leonidas explicou como construir uma composteira com tambor, ação útil para descarte dos produtos orgânicos da propriedade, podendo produzir adubo para ser usado em hortas e afins.
O prefeito do município, Carlos Reginaldo Santos Bueno, presente ao evento, valorizou a bacia leiteira. “O retorno do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICM) de um produtor de leite frente ao de grãos por exemplo, é bem maior.” Para ele, esses encontros são uma oportunidade de informação sobre como produzir com menos impacto.
Alunos de agronomia conhecem as práticas do Projeto Rural Sustentável
Alunos de agronomia conhecem as práticas do Projeto Rural Sustentável
Evento se realizou em Unidade Demonstrativa no Recôncavo Baiano
No dia 01 de agosto, foi realizado Dia de Campo, do Projeto Rural Sustentável (PRS), na propriedade do Sr. Alexandre de Jesus, em Presidente Tancredo Neves, na Bahia, com a presença de alunos do curso de Agronomia da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB).
A atividade foi mediada pela estudante de Agronomia e também técnica do PRS, Camila Silva, que abordou temas sobre a diversificação de culturas e assistência técnica para agricultores familiares da região.
A policultura, ou seja, o plantio de várias culturas perenes e semi perenes em uma mesma propriedade mostraram as possibilidades para o desenvolvimento sócio econômico de uma unidade familiar, resultando na oferta de produtos e entrada de recursos financeiros durante todo o ano na propriedade.
Após as palestras foi realizada uma visita a propriedade que além de ter implantada uma das tecnologias apoiadas pelo projeto, o Sistema Agroflorestal, possui uma diversificação de cultivo que se soma ao plantio de banana, mamão, urucum, graviola, guaraná, cacau, cupuaçu entre outros. A associação de variáveis culturas propicia a redução de desmatamento, risco de erosão, conservação de solo e facilidade de manejo.
A atividade contou com a participação de três estudantes intercambistas internacionais da Alemanha e Rússia e México, que puderam observar a riqueza da região da Mata Atlântica. "É uma satisfação poder conhecer a realidade desta região, com muita potencialidade e que pode promover o desenvolvimento rural sustentável. Este projeto poderia ser permanente na vida desses agricultores”, disse o estudante mexicano, Miguel Mancila Morales.
A atividade contou com a participação de 48 pessoas entre produtores rurais e estudantes da UFRB.
Projeto Rural Sustentável reúne membros do Comitê Técnico Estadual no Paraná
Projeto Rural Sustentável reúne membros do Comitê Técnico Estadual no Paraná
Encontro serviu para expor ações que serão realizadas ainda em 2018
A equipe do Projeto Rural Sustentável realizou no dia 10 de agosto, reunião com o Comitê Técnico Estadual na sede da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Paraná, em Curitiba.
O encontro contou com representantes do Ministério da Agricultura, Seab, Embrapa, Banco do Brasil, Apepa, além de entidades convidadas como a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA), Universidade Tecnológica do Paraná– Campus Dois Vizinhos (UTFPR), além da equipe do IABS no Paraná e da coordenadora do Bioma Mata Atlântica, Patrícia Reis.
A reunião se iniciou com uma apresentação sobre o Projeto para contextualizar os participantes convidados sobre as etapas já concluídas e aquelas que ainda deverão ser executadas até o final o do contrato.
Entre essas ações, estão o acompanhamento das Unidades Multiplicadoras aprovadas na segunda chamada, visando garantir a qualidade das tecnologias aplicadas, a realização dos treinamentos aos familiares dos agricultores contemplados e a realização de cursos presenciais para capacitação dos agentes técnicos cadastrados no projeto.
Outro assunto debatido foi a possibilidade da realização dos Eventos Especiais por parte das entidades integrantes do comitê, incluindo as convidadas, com a prerrogativa de estarem relacionadas às ações do projeto e estarem ligadas a agricultura sustentável e de baixo carbono.
A próxima reunião do comitê acontecerá no dia 12 de novembro, às 10:00 horas, também na sede do Ministério de Agricultura, em Curitiba.
Beneficiamento do cacau evita o desperdício
Beneficiamento do cacau evita o desperdício
Perda de amêndoas afeta a renda do produtor
O “beneficiamento primário do cacau” foi o tema central do Dia de Campo, do Projeto Rural Sustentável (PRS), promovido na sexta-feira (27/07/18), no Sítio Pequeno Paraíso, em Tucumã no Pará. Um dos focos do evento, que contou com a presença de 32 participantes, foi mostrar como as etapas da cacauicultura podem contribuir para minimizar perdas e desperdícios de amêndoas e ampliar a renda do produtor.
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o equivalente a 1,300 bilhões de toneladas de alimentos se perdem ou são desperdiçados no planeta, e ocorre em toda cadeia produtiva. O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, sejam: grãos, carnes; frutas; açúcar e cacau. No entanto, é um dos que mais desperdiçam alimentos.
Aproximadamente, 54% do desperdício ocorre na fase inicial da produção onde se pratica a colheita e armazenamento. Por isso, é tão importante qualificar o beneficiamento primário do cacau e suas etapas: colheita, quebra, fermentação e secagem."
A colheita e a quebra são essenciais para minimizar perdas e desperdícios de amêndoas. “A colheita mal feita provoca perda de amêndoas. Pois, quando o produtor apanha o cacau do chão, ele perfura com facão e começa a fermentar. Esta forma é inadequada. Os produtores então, foram orientados a realizar a colheita sem quebra da casca evitando a fermentação precoce da amêndoa e o desperdício”, explica o engenheiro agrônomo Frederico Nascimento, agente técnico do PRS.
Outro item que merece atenção é na hora da seleção e colheita de frutos para evitar perda de amêndoas e, consequentemente, diminuição da renda do produtor de cacau, já que após a secagem, as amêndoas diminuem de peso.
Mil frutos maduros rendem 40 kg de amêndoas secas enquanto que a mesma quantidade de frutos colhidos verdes ou quase maduros causam a perda de 10% a 20% de amêndoas secas. “São etapas em que o produtor pode perder qualidade e peso”, finaliza Nascimento.10
Alternativas ao uso de agrotóxicos é tema de Dia de Campo em Teófilo Otoni
Alternativas ao uso de agrotóxicos é tema de Dia de Campo em Teófilo Otoni
Agricultores recebem orientação para melhorar o solo por meio técnicas naturais
Jane Couto Damacena e seu marido Renê são produtores no município de Teófilo Otoni, região do Vale do Mucuri, em Minas Gerais e são responsáveis por uma Unidade Demonstrativa (UD) do Projeto Rural Sustentável.
A Fazenda Bela Vista tem 22,4 hectares e está inscrita no projeto pela recuperação de áreas degradadas com plantio de mogno. Foram plantadas 7.000 mudas dessa espécie em consórcio com pastagem, árvores frutíferas e hortaliças.
Para o casal de agricultores, a floresta que tem 2 anos trouxe vida para o local e já se verifica o retorno da biodiversidade e o restabelecimento de nascentes. Além disso, o trabalho das pessoas que fazem o manejo da propriedade está servindo de exemplo para a comunidade, como é o caso do produtor Anderson, presente no evento, que pretende utilizar o modelo da Fazenda Bela Vista em sua propriedade.
De acordo com a engenheira agrônoma Deliene Gutierrez, responsável técnica nesta propriedade, os encontros promovidos pelo Projeto Rural Sustentável são uma ótima oportunidade para difundir técnicas agroecológicas na região, apresentar novas tecnologias, promover a troca de saberes entre produtores.
Nos eventos realizados dias 20 e 21 de julho, os 60 participantes aprenderam sobre o cuidado no uso indiscriminado de agrotóxicos, a diferença entre sementes híbridas e crioulas, pragas que podem prejudicar a produção e insetos que podem combatê-los.
As palestras abordaram também duas técnicas para enriquecer o solo de forma natural que são o Bokashi e o EM (Micro-organismos Eficazes). Elas são importantes na introdução de matéria orgânica, micro-organismos e alguns nutrientes no solo, aumentando sua vitalidade.
Os participantes receberam cartilhas com as receitas das duas técnicas e foram incentivados a produzirem os compostos para utilizar em suas propriedades.
O sistema de produção que se transformou em um estilo de vida
O sistema de produção que se transformou em um estilo de vida
Benefícios da produção de orgânicos e o manejo de frutíferas dentro dos Sistemas Agroflorestais
O Projeto Rural Sustentável (PRS) realizou no dia 24 de julho, em Dois Vizinhos, no Paraná, Dia de Campo na propriedade do Sr. Waldir Reck, única Unidade Demonstrativa (UD) aprovada no estado com a tecnologia de Sistema Agroflorestal (SAF).
O Dia de Campo reuniu 30 participantes e pelo conteúdo diferenciado, atraiu público variado. Desde universitários, professores, consumidores de alimentos sem agrotóxicos e produtores rurais da região.
Seu Waldir, proprietário da área, trabalha desde o ano 2000 com produção de hortaliças e frutas orgânicas, vendendo direto ao consumidor. “Nunca dependi de veneno nenhum para produzir minhas verduras. Temos clientes que compram comigo toda semana, faz 18 anos”, destacou ele.
Muito consciente da importância do seu trabalho, ele acrescentou: “Se você come produto bom, você tem saúde. Se você come produto ruim, você vai na farmácia. E é isso que eu entrego, alimento bom, saúde e também um pouco de carinho e afeto”.
Foi a partir deste desse “estilo de vida” que seus filhos mais novos, Maycon (21) e Cleiton (26), ganharam gosto pelo processo de produção de baixo impacto ambiental. Com a possibilidade de acesso à informação, buscaram por conta própria conhecer as melhores alternativas de cultivo agroflorestais.
Hoje eles são responsáveis pelos 8 hectares da produção de banana orgânica, que desde o ano de 2014, tornou-se exemplo de Sistema Agroflorestal. Com o tempo, os irmãos adquiriram conhecimento por meio da observação e da vivência prática. Tal iniciativa nem sempre foi vista com bons olhos. “No início, quando demos início ao projeto, sofremos muito preconceito, até mesmo da nossa família”, desabafou Cleiton.
Maycon ressaltou que “a vontade de trabalhar com produtos orgânicos já vinha de berço. O que nos fez mudar de forma mais intensa para o SAF foi a preocupação com a conservação do solo. Com o passar do tempo, percebemos que só o sistema de produção de orgânicos não garantia totalmente a saúde da terra”.
O antigo bananal então tornou-se área de experimentação, dando espaço ao feijão guandu, erva mate, goiabeiras, araucárias, limoeiros, abacateiros, pés de mandioca, eucaliptos, entre outras espécies plantadas pelos irmãos e que agora aparecem por conta própria e passam a compor todo o sistema.
O Dia de Campo contou com a apresentação do SAF e também de algumas ações de manejo, em especial das espécies frutíferas presentes no sistema.
Para a ocasião, o Sr, Décio Cagnini, técnico do Centro e Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA) com sede em Verê, outro município contemplado pelo Projeto, foi convidado para demonstrar as técnicas de poda da erva mate, da goiaba, da banana e também das parreiras. Outros temas relacionados foram citados, como a produção de mel de abelhas nativas, ampliando ainda mais as discussões sobre agricultura sustentável, biodiversidade e conservação da natureza.
Jhony Luchmann, coordenador do CAPA e convidado do evento, falou sobre a importância do Projeto, dando destaque a transferência de conhecimento através das Unidades Demonstrativas: “O Projeto Rural Sustentável é um diferencial na linha de sustentabilidade. Ele multiplica para os produtores a possibilidade de conhecer formas diferentes de se fazer agricultura, que impactam menos”.
Até o final de agosto, a propriedade receberá mais 2 eventos técnicos, ampliando as discussões sobre agricultura de baixo carbono na região sudoeste do Paraná, em especial, no município de Dois Vizinhos.