Projeto Rural Sustentável promove diálogo entre familiares de produtores rurais
Projeto Rural Sustentável promove diálogo entre familiares de produtores rurais
Homens, mulheres e jovens construindo juntos as decisões na propriedade
Com o propósito de melhorar a relação entre produtores, mulheres e jovens e construir diálogos permanentes entre os atores que vivem e trabalham no meio rural, o Projeto Rural Sustentável vai realizar oficinas para os beneficiários, nos sete estados integrantes da iniciativa.
A idéia é promover o protagonismo feminino e a inclusão de jovens no meio rural, com a construção de redes de diálogos interativos e transparentes, para a superação do isolamento social e melhoria da qualidade de vida sob a perspectiva da sustentabilidade, considerando os desafios e as particularidades que envolvem as relações sociais dos jovens e das mulheres no campo.
Os encontros também vão promover e disseminar o potencial das tecnologias de baixo carbono propostas pelo Projeto para gerar oportunidades de produção sustentável e renda ás mulheres e aos jovens rurais.
As oficinas serão realizadas priorizando o núcleo familiar dos produtores rurais beneficiados pelo projeto, promovendo o diálogo intergeracional e intergênero distribuídos da seguinte forma:
- 10 oficinas por Estado, cada Estado dividido em 5 microrregiões;
- 2 oficinas por microrregião, divididas em Módulo 1 e Módulo 2 (média 15 dias de intervalo).
Veja abaixo as datas e as localidades onde as atividades vão acontecer:
Bahia
Valença Mod 1 - R1 - 03/10
Mod 2 - R1 - 16/10
Piraí do Norte Mod 1 - R2 - 30/10
Mod 2 - R2 - 16/11
Igrapiúna Mod 1 - R3 - 05/11
Mod 2 - R3 - 19/11
Pres. Tancredo Neves
Mod 1 - R4 - 07/11 Mod 1 - R5 - 09/11
Mod 2 - R4 - 21/11 Mod 2 - R5 - 23/11
Minas Gerais
Teófilo Otoni Mod 1 - R1 - 05/10
Mod 2 - R1 - 18/10
Itambacuri Mod 1 - R2 - 30/10
Mod 2 - R2 - 10/11
Padre Paraíso Mod 1 - R3 - 01/11
Mod 2 - R3 - 13/11
Malacacheta Mod 1 - R4 - 06/11
Mod 2 - R4 - 20/11
Capelinha Mod 1 - R5 - 08/11
Mod 2 - R5 - 22/11
Mato Grosso
Alta Floresta Mod 1 - R1 - 05/10
Mod 2 - R1 - 16/10
Cotriguaçu Mod 1 - R2 - 30/10
Mod 2 - R2 - 23/11
Juína Mod 1 - R3 - 20/11
Mod 2 - R3 - 27/11
Nova Canaã do Norte Mod 1 - R4 - 06/11
Mod 2 - R4 - 13/11
Terra nova do Norte Mod 1 - R5 - 09/11
Mod 2 - R5 - 16/11
Pará
Medicilândia Mod 1 - R1 - 01/10
Mod 2 - R1 - 09/10
Tailândia Mod 1 - R2 - 30/10
Mod 2 - R2 - 20/11
Marabá Mod 1 - R3 - 06/11
Mod 2 - R3 - 24/11
Tucumã Mod 1 - R4 - 09/11
Mod 2 - R4 - 27/11
Santana no Araguaia Mod 1 - R5 - 13/11
Mod 2 - R5 - 30/11
Paraná
Itapejara D’Oeste Mod 1 - R1 - 01/10
Mod 2 - R1 - 11/10
Dois Vizinhos Mod 1 - R2 - 30/10
Mod 2 - R2 - 12/11
Francisco Beltrão Mod 1 - R3 - 01/11
Mod 2 - R3 - 14/11
Bandeirantes Mod 1 - R4 - 20/11
Mod 2 - R4 - 27/11
Paranaíva Mod 1 - R5 - 22/11
Mod 2 - R5 - 29/11
Rondônia
Ariquemes Mod 1 - R1 - 03/10
Mod 2 - R1 - 11/10
Machadinho D’Oeste Mod 1 - R2 - 30/10
Mod 2 - R2 - 20/11
Theobroma Mod 1 - R3 - 01/11
Mod 2 - R3 - 06/11
Rolim de Moura Mod 1 - R4 - 14/11
Mod 2 - R4 - 26/11
Cerejeiras Mod 1 - R5 - 12/11
Mod 2 - R5 - 29/11
Rio Grande do Sul
Ciríaco Mod 1 - R1 - 09/10
Mod 2 - R1 - 20/10
Frederico Westphalen Mod 1 - R2 - 30/10
Mod 2 - R2 - 24/11
Machadinho Mod 1 - R3 - 06/11
Mod 2 - R3 - 22/11
Vacaria Mod 1 - R4 - 09/11
Mod 2 - R4 - 20/11
Agudo Mod 1 - R5 - 12/11
Mod 2 - R5 - 27/11
Pastagem irrigada voltada a agricultura familiar
Pastagem irrigada voltada a agricultura familiar
Solução pode manter a produção de leite durante o período da seca
No estado de Mato Grosso é comum ter longos períodos de seca, podendo durar de 5 a 6 meses sem chover. Com isso os produtores são obrigados a recorrer à compra de insumos gerando altos gastos na produção de leite, porque para produzir, o animal precisa estar bem alimentado.
Uma alternativa que se mostra viável é a instalação de irrigação em pastagem. Este foi o tema do Dia de Campo, realizado no dia 11 de Setembro, no Sítio Zaniboni III, localizado no munícipio de Marcelãndia, no Mato Grosso, de propriedade do Sr. Antônio Zaniboni e sua família.
Segundo o veterinário João Luiz Campana de Moraes, para uma melhor eficiência do sistema é realizada uma combinação de pastagem rotacionada e irrigação. O pasto é dividindo entre piquetes, que são pequenas parcelas que variam de acordo com o tamanho da propriedade, e a quantidade de animais.
Esta combinação de pastejo rotacionado e irrigado gera um elevado aumento de produtividade. Para se ter uma ideia, uma pastagem não irrigada comporta 1 unidade/animal por hectare, já no modelo de pastagem rotacionada e irrigada, o número pode chegar à 12 unidades/animais por hectare, além de aumentos significativos na produção do leite.
O proprietário Sr. Antônio Zaniboni explicou que teve um custo médio de R$6.000,00/ha (seis mil reais por hectare) gastos na montagem do sistema de irrigação e que sua conta de energia teve um aumento de R$180,00/mês (cento e oitenta reais por mês) em razão da motobomba que bombeia agua do rio. O sistema, no entanto, se mostrou viável resultando na compra de menos insumos e um aumentou na quantidade de leite produzido diariamente.
Os custos com o sistema de irrigação pode variar de acordo com a tecnologia utilizada. Existem no mercado uma grande variação de marcas e modelos utilizados, alguns automatizados e com alta durabilidade e outros mais simples porém que atendem a demanda da agricultura familiar. Na maioria das vezes, a empresa que fornece os equipamentos orienta na montagem e manutenção do sistema, tornando possível esta tecnologia para o pequeno produtor.
Feira é oportunidade para saber mais sobre cultivo de morangos e energia fotovoltaica
Feira é oportunidade para saber mais sobre cultivo de morangos e energia fotovoltaica
Atividades para juventude e troca de biodiversidade foram outras atrações
Mais de 200 jovens e produtores rurais passaram pelo espaço do Projeto Rural Sustentável na IV Feira da Agricultura e Produção Familiar de Agudo, na região central do Rio Grande do Sul,nos dias 20 e 21 de setembro. A atividade ofereceu oficinas sobre cultivo de morangos, energia fotovoltaica, jardinagem, produção de orquídeas e cervejas artesanais.
Os jovens estiveram reunidos durante toda a sexta-feira, 21, no Seminário da Juventude, que discutiu as mudanças da adolescência, prevenção ao suicídio e as relações familiares e de amizade nesta fase da vida. A programação incluía a visita pelos espaços da feira aprendendo sobre o cultivo de morangos e sobre energia solar – uma fonte alternativa de geração.
À tarde os estudantes de escolas rurais e urbanas, acompanhados dos professores, realizaram uma constelação familiar, psicoterapia em que se simula relações familiares permitindo localizar problemas e dificuldades mal resolvidas.
A feira também teve na sua programação o espaço de troca de biodiversidade que reuniu produtores e participantes do evento para troca de mudas e sementes nativas e crioulas como diversos tipos de milho, açaí juçara, caraá, tomate, entre outras.
Os produtores de leite integrantes do Programa de Leite Municipal (ProLeite) –participaram do sorteio de três novilhas entre aqueles que mantiveram uma produção mínima no último ano. O ProLeite é uma política pública para o desenvolvimento da atividade leiteira local. "Com o ProLeite a atividade leiteira se consolidou e hoje é a terceira fonte de arrecadação do setor primário de Agudo”, afirma o chefe do Escritório Municipal da Emater de Agudo, veterinário Diego Katzer.
O CTG Sentinela do Jacuí recebeu também exposição de artesanato, brinquedos para as crianças, exposição de animais e mateada – local onde se fornecia água quente e erva para o tradicional chimarrão gaúcho e um brechó solidário em prol da cooperativa de Catadores de Agudo.
A região tem forte colonização italiana e alemã, e contou com a venda de produtos coloniais também em exposição na Feira. “A feira é um importante espaço para troca de informações entre os produtores da região e de mostrar o que a agricultura familiar de nosso município tem feito”, destaca Luiz Eugênio Jacobs, técnico da Emater credenciado pelo PRS, para dar assistência aos beneficiários do projeto.
No sábado, 22, pela manhã, ocorreu o II Seminário Regional de Saúde Popular Comunitária, trazendo os saberes populares na utilização de plantas bioativas como método de cura e prevenção de doenças.
Óleos essenciais com plantas nativas são alternativa para diversificar atividades, mas seu uso é desafiador
Óleos essenciais com plantas nativas são alternativa para diversificar atividades, mas seu uso é desafiador
Alimentação do dia de campo contou com produtos da biodiversidade gaúcha
Picolé de goiaba, uvaia, araçá vermelho, butiá, açaí juçara, bergamota e guabiroba. Estes foram alguns dos produtos feitos a partir de plantas nativas que puderam ser experimentados no Dia de Campo, realizado em 11 de setembro, em Vacaria, no noroeste gaúcho.
Professores e estudantes do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Rural (PGDR) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) visitaram a propriedade de Idarci Luiz Orsato, de 11 hectares, sendo 1,3 de Unidade Demonstrativa do Projeto Rural Sustentável usadas para o Sistema Agroflorestal (SAF) e experimentaram na prática as atividades no campo. Parte do grupo auxiliou na poda da área em que Idarci implantou o SAF.
O técnico do Centro de Tecnologias Alternativas Populares (Cetap), Alvir Longhi , que presta assistência ao Idarci, por meio do Projeto Rural Sustentável, explicou que a área do produtor, está dentro da área de atuação do Cetap que trabalha na região dos Campos de Cima da Serra desde 2011. A proposta da implantação de Sistemas Agroflorestais é voltada à conservação ambiental em especial da água e resgate de valorização das plantas nativas.
Além de degustar os picolés, professores universitários, estudantes de pós graduação e técnicos de extensão rural puderam trocar informações sobre agroflorestas e conhecer um pouco mais sobre os óleos essenciais. Além disso, Idarci disponibilizou para degustação alguns alimentos produzidos no próprio local como biscoitos de pinhão, sucos de frutas nativas e salada de radicci.
Os picolés são feitos a partir de polpas produzidas por diversos agricultores, processadas e embaladas por uma indústria da região. Os produtos do pinhão, são feitos a partir de uma massa feito pelos próprios produtores. Pastel de pinhão, por exemplo é produzido por meio do manejo de florestas nativas.
Os participantes receberam informações sobre a produção de óleos essenciais e sabonetes a partir de plantas nativas. Óleos essenciais são substâncias produzidas pelas plantas e que, conforme a espécie, ficam armazenadas em pequenas bolsas nas flores, folhas, frutos e até nas raízes. Receberam esse nome, por conterem o perfume especial de cada espécie.
Joana Bassi, bióloga da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, apontou o potencial dos óleos na produção de sabonetes para corpo e cabelo, explicando que ainda existem usos das plantas nativas que ainda são pouco exploradas. “Existe uma demanda de mercado, mas é preciso direcionar estes manejos atrelados à conservação e à sistemas agroflorestais para poder aproveitar na geração dos óleos”, explica. Myrtacea, pitanga, jaboticaba, guamirim, goiaba serrana, jerivá que tem grande produção de óleo vegetal, a amêndoa do côco do butiá e o açaí juçara são algumas das plantas que pode ser usadas.
Os desafios para o seu uso passam por um desconhecimento do uso das nativas (já que a exploração focou mais em espécies cosmopolitas), ausência de pesquisa científica e também falta de tecnologia adequada para produção. Uma forma de resolver este problema, segundo Joana, é aliar a preservação. O butiá, por exemplo, tem 8 espécies diferentes, sendo que todas se encontram na lista de espécies ameaçadas de extinção no Rio Grade do Sul. “O manejo precisa envolver restauração de áreas”, aponta a bióloga.
Planejamento e gestão como ferramentas de sucesso no meio rural
Planejamento e gestão como ferramentas de sucesso no meio rural
Futuros profissionais da extensão rural recebem reforço sobre prestação de serviço com qualidade
O município de Itapejara D’Oeste, no Paraná, foi palco nos dias 03 e 04 de setembro, de dois Dias de Campo que abordaram como conteúdos a importância do planejamento e da gestão adequada das áreas de produção agrícola, como ferramentas de conservação do solo e sucesso no meio rural.
Os eventos foram realizados pelo Projeto Rural Sustentável (PRS) como ação de capacitação sobre agricultura sustentável, utilizando as tecnologias de baixo carbono. O tema exposto no dia de campo foi o sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).
As capacitações foram realizadas em Unidades Demonstrativas (UDs) que servem como referência para a execução dos eventos técnicos por já terem implantadas uma ou mais tecnologias inseridas no Plano ABC.
No dia 03, o evento foi realizado na propriedade do Sr. Raul Dall’Agnoll e contou com a participação de 26 alunos do curso de Medicina Veterinária. O Dia de Campo realizado na terça (dia 04), reuniu 16 alunos do curso de agronomia e foi realizado na unidade da agricultora Lúcia Lanhi, localizada no Ipiranga, zona rural do município. Ambas as turmas provenientes da União de Ensino do Sudoeste do Paraná (UNISEP), Sede Dois Vizinhos.
O técnico responsável pela realização dos Dias de Campo, Jean Mezzalira, falou aos universitários sobre a importância do olhar sistêmico sobre a propriedade. Jean destacou a necessidade do planejamento adequado em função de algumas características básicas, como: perfil geográfico da área, condições de conservação do solo, características climáticas, disponibilidade de conhecimento técnico do produtor e as ferramentas que ele dispõe para o trabalho.
“É fundamental orientar o agricultor para que ele tenha o melhor aproveitamento no processo de produção, lembrando sempre que as técnicas apoiadas pelo Rural Sustentável, que priorizam a conservação do meio ambiente, irão com toda certeza, garantir a sustentabilidade do sistema e o aumento da produção”, afirmou ele.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar de Itapejara D’Oeste, Fernando Mantuvani, presente em ambos os eventos, destacou a contribuição do Projeto ao município e a realização dos Dias de Campo como ferramenta de capacitação. “Vocês devem aproveitar os conteúdos tratados aqui, pois sabemos que muitos agricultores ainda cometem erros que já não são mais aceitáveis no meio rural”, finalizou ele.
ILPF, a tecnologia que contribui para o aumento da produção de leite
ILPF, a tecnologia que contribui para o aumento da produção de leite
Sistema promove equilíbrio ambiental e conforto animal
O município de Verê, no sudoeste do Paraná, foi sede, no dia 17 de agosto, de evento técnico promovido pelo Projeto Rural Sustentável (PRS). A atividade foi uma ação de transferência de tecnologia sobre agricultura sustentável, em especial, abordando tecnologias de baixo carbono.
A propriedade do Sr. Renato Alves que é uma Unidade Demonstrativa (UD) aprovada pela implantação do sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), sediou o evento e contou com a participação de 35 alunos do curso de Zootecnia da Universidade Tecnológica Federal, sede Dois Vizinhos.
A professora Lilian Regina Rothe Mayer, Mestre em Zootecnia pela UTFPR de Dois Vizinhos e responsável pela turma de alunos, falou sobre os benefícios gerados pela implantação do sistema silvipastoril dando destaque ao equilíbrio ambiental gerado, permitindo o aumento da produtividade da massa verde usada na alimentação do animal.
Lilian enfatizou o aumento da produtividade de leite e o melhoramento genético do gado de leite, ocasionados pela redução do stress térmico e pelo aumento do conforto animal, também resultados do sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta.
O Projeto Rural Sustentável prevê realizar outros Dias de Campo nos municípios do sudoeste do Paraná. Acompanhe a agenda de eventos técnicos no endereço eletrônico: ruralsustentável.org
Irrigação aumenta a produtividade do fruto do açaí
Irrigação aumenta a produtividade do fruto do açaí
É necessário atenção quanto ao uso da água
A irrigação foi implantada no Brasil no início do século XIX e, atualmente, está inserida em quase sete milhões de hectares (ha) em todo o país, o que intensificou a produção de arroz, cana-de-açúcar, soja, milho, feijão e outras culturas. “Sistemas de Irrigação” foi o tema abordado no dia de campo realizado na Fazenda Souza, em Marabá, no sudeste paraense. O evento, do Projeto Rural Sustentável (PRS), contou com a presença de 40 alunos do curso técnico agropecuário do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA).
De acordo com o “Atlas Irrigação – Uso da Água na Agricultura Irrigada”, lançado pela Agência Nacional de Águas, em outubro de 2017, houve crescimento de áreas irrigadas em culturas como produção de hortaliças, flores, legumes e frutas, que corresponde a uma área de 2 ha. Uma das vantagens é o aumento na produtividade que pode dobrar ou triplicar.
Esse é o resultado que espera o produtor rural Sebastião Felizardo que implantou o sistema de microaspersão em um hectare de açaí. “Nós estamos na esperança de alta produtividade. Antes, a expectativa era produzir três cachos e agora irá produzir seis. É o dobro da produção”, exalta o produtor rural, proprietário da Fazenda Souza.
Para Felizardo, além do aumento na produtividade, a irrigação é necessária para os períodos de estiagem que já começaram a afetar a produção. “A seca afeta na produção. Na área que não tem irrigação eu vou perder muito cacho. O açaí, por exemplo, produz um ou dois cachos apenas”, comenta o produtor.
No dia de campo, os participantes puderam conhecer o sistema de irrigação implantado e a expectativa de produtividade do fruto, bem como a importância de realizar cálculos necessários para o uso da água, já que boa parte é consumida pela evapotranspiração das plantas e do solo. Segundo a ANA, a irrigação consume 745 mil litros de água, por segundo.
“O ideal é que quando for fazer a implantação do sistema de irrigação, se calcule o quanto aquela espécie de planta necessita. Se um açaí precisa de 80 litros não tem por que colocar 120”, comenta o técnico agropecuário Francisco Jorge de Araújo, agente de assistência técnica (ATEC), do PRS.
Para Jorge, em propriedades que implantaram o Sistema Agroflorestal (SAF), o consumo de água pode ser menor, visto que o solo é mais protegido. “No SAF é necessário apenas o sistema de microaspersão ou gotejamento, sistemas que utilizam menos água. Nos sistemas agroflorestais o solo é bem coberto e a umidade se mantém. Então, com pouca água você atende as necessidades das plantas”, finaliza o ATEC.
Inclusão de pessoas com deficiência em Dia de Campo na Bahia
Inclusão de pessoas com deficiência em Dia de Campo na Bahia
Evento abordou benefícios econômicos em cultivos consorciados de frutíferas
O Projeto Rural Sustentável realizou no dia 22 de julho de 2018, mais um Dia de Campo, com a participação dos alunos do Curso Técnico em Agropecuária e Agroecologia do Instituto Federal Baiano, Campus Serrinha.
O objetivo do evento, que aconteceu no município de Presidente Tancredo Neves, foi apresentar tecnologias de baixo carbono que promovam uma agricultura sustentável na região, e que pudessem ser adequadas a realidade do clima semiárido.
Em uma roda de conversa, foi apresentado o Projeto Rural Sustentável e os resultados alcançados. Nesta atividade, estavam presentes dois alunos com deficiência física (surda e muda) que ganharam o acompanhamento de um professor de Libras, por meio da linguagem de sinais.
A técnica credenciada pelo PRS, Camila Silva, fez uma explanação sobre Sistemas Agroflorestais (SAFs), abordando as possibilidades de diversificação de culturas agrícolas com espécie arbóreas, distribuídas em sequência na mesma área.
Além de trazer benefícios econômicos, os sistemas agroflorestais também trazem benefícios socioambientais, permitindo que o agricultor diversifique seus produtos. Como exemplos destes sistemas implantados pelos agricultores da região, é possível destacar as culturas de cacau e seringa, guaraná e cupuaçu, graviola e café, cajá e jenipapo e diversas outras, principalmente, frutíferas.
Duas visitas estavam programadas para os participantes. Na Unidade Demonstrativa (UD) do Sr. Alexandre de Jesus Santos, os estudantes puderam observar o modelo de SAF mais utilizado na região, o consórcio de seringueira e cacaueiro.
Depois foi a vez da visita a Unidade Multiplicadora do Sr. Narciso Fernandes Bastos, que há muitos anos vem praticando uma agricultura sustentável, utilizando produtos naturais (orgânicos), como estratégia para fertilização e controle de pragas e doenças dentro da sua propriedade.
“Foi muito satisfatório o período que passei no Baixo Sul da Bahia, porque pudemos participar das discussões. Só tenho a agradecer a forma como nos passaram seus conhecimentos, pois acrescentou na minha vida pessoal e acadêmica, sobretudo por que sou de uma realidade diferente”, ressaltou Maria Eduarda Lima Almeida Lopes, estudante do curso de Agroecologia.
O Sr.Narciso relatou que gosta de receber pessoas em sua propriedade. “Sempre que eu puder, vou passar um pouco da técnica que utilizo pois sei que é uma técnica que não agride o meio ambiente”, afirma.
O agricultor Alexandre de Jesus Santos, falou sobre a importância em ter sido apoiado pelo projeto e explicou também a forma como maneja seu SAF. “O Projeto Rural Sustentável chegou na hora certa. Eu fui um dos que não acreditava, até ter recebido o recurso e as visitas do técnico. Essas ações mudaram minha vida e da minha família”, afirmou Alexandre.
Diversidade na produção melhora a renda e incentiva a adesão ao Plano ABC
Diversidade na produção melhora a renda e incentiva a adesão ao Plano ABC
Agricultura de Baixo Carbono propõe a redução de gases de efeito estufa nas atividades agropecuárias.
A diversidade na produção aumenta a renda do produtor e o coloca em consonância com os objetivos do Plano de Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC). Esse foi o tema abordado nos dias de campo, do Projeto Rural Sustentável (PRS), promovidos nos dias 18 e 26 de agosto no, Sítio Vale do Paraíso, em Marabá, no Pará. Os eventos tiveram a participação de 75 pessoas.
O Plano ABC foi criado com o objetivo de mitigar e reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) oriundos das atividades agropecuárias. Segundo o Observatório do Clima, rede que reúne entidades da sociedade civil para debater as mudanças climáticas no Brasil, o setor agropecuário é responsável por 22% das emissões de GEE, ocasionadas principalmente pela expansão de novas áreas de pastagens para pecuária e produção de grãos.
No entanto, produtores podem atuar na diminuição de emissões de GEE e obterem benefícios socioambientais ao adotarem tecnologias de baixo carbono na produção rural. Este foi o tema apresentado nos dias de campo, em que o público conheceu o Sistema Agroflorestal (SAF). Esta tecnologia alia agricultura a essências florestais, responsáveis pelo sequestro de carbono (CO2). Além de promover a diversificação na produção, a técnica contribuiu para os objetivos do Plano ABC.
A diversidade de culturas na produção tem um papel fundamental na renda do produtor. “O produtor pode aproveitar as áreas dos espaçamentos para cultivar as culturas de ciclo curto, como por exemplo, a banana que com nove meses já tem produção e serve de sombreamento para a cultura principal, seja frutífera ou essências florestais. A ideia é que ele possa ter renda o ano todo ao trabalhar com diversas culturas”, explica o engenheiro agrônomo Paulo Henrique, agente de assistência técnica (ATEC), do PRS.
Além da renda, a diversificação contribui com a implantação do SAF, visto que culturas de ciclo curto, como o feijão, a mandioca e outras leguminosas garantem nutrientes ao solo, o que melhora a implementação da tecnologia. “O feijão, por exemplo, ajuda na fixação do nitrogênio e na cobertura do solo. Isso contribuiu para o plantio e crescimento de cupuaçu, açaí e castanheiras”, comentou o produtor José de Nazareno, proprietário do Sítio Vale do Paraíso.
A diversificação de culturas e a implementação do SAF atendem a dois dos sete programas do Plano ABC, para redução de GEE. O programa 2, “Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Sistema Agroflorestal (SAF)”, e o programa 4, “Fixação biológica de nitrogênio”.
Dias de campo abordam linha de crédito direcionadas a Sistemas Agroflorestais
Dias de campo abordam linha de crédito direcionadas a Sistemas Agroflorestais
Linha de crédito está disponível também para Recuperação de Área Degradada.
A Fazenda Souza e a Chácara Prata, localizadas em Marabá, no sudeste do Pará, sediaram no dia 25 de agosto, dias de campo do Projeto Rural Sustentável (PRS), que abordaram as linhas de crédito que os produtores rurais podem acessar, principalmente, para aqueles que introduziram Sistemas Agroflorestais (SAF) em suas propriedades.
Os eventos tiveram a participação de 80 pessoas, incluindo a presença de produtores de Unidades Multiplicadoras do PRS. Eles conheceram as linhas crédito que podem ser acessadas para melhorar a produtividade e aumentar a renda familiar.
Uma das linhas de mais destaque é a “Pronaf Floresta”, do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que permite o investimento na implantação e manutenção de SAF e Recuperação de Área Degradada com Floresta (RAD-F).
Na região, as linhas de crédito mais acessadas são direcionadas a investimentos na pecuária. No entanto, os produtores beneficiados pelo PRS e que introduziram o Sistema Agroflorestal e iniciaram a recuperação de área degradada, também tem direito a linha de crédito.
Além do SAF, o “Pronaf Florestal” também está disponível para: exploração extrativista ecológicamente sustentável, plano de manejo sustentável, recomposição e manutenção de Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal.