Irrigação aumenta a produtividade do fruto do açaí

É necessário atenção quanto ao uso da água

 

A irrigação foi implantada no Brasil no início do século XIX e, atualmente, está inserida em quase sete milhões de hectares (ha) em todo o país, o que intensificou a produção de arroz, cana-de-açúcar, soja, milho, feijão e outras culturas. “Sistemas de Irrigação” foi o tema abordado no dia de campo realizado na Fazenda Souza, em Marabá, no sudeste paraense. O evento, do Projeto Rural Sustentável (PRS), contou com a presença de 40 alunos do curso técnico agropecuário do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA).

De acordo com o “Atlas Irrigação – Uso da Água na Agricultura Irrigada”, lançado pela Agência Nacional de Águas, em outubro de 2017, houve crescimento de áreas irrigadas em culturas como produção de hortaliças, flores, legumes e frutas, que corresponde a uma área de 2 ha. Uma das vantagens é o aumento na produtividade que pode dobrar ou triplicar.

Esse é o resultado que espera o produtor rural Sebastião Felizardo que implantou o sistema de microaspersão em um hectare de açaí. “Nós estamos na esperança de alta produtividade. Antes, a expectativa era produzir três cachos e agora irá produzir seis. É o dobro da produção”, exalta o produtor rural, proprietário da Fazenda Souza.

Para Felizardo, além do aumento na produtividade, a irrigação é necessária para os períodos de estiagem que já começaram a afetar a produção. “A seca afeta na produção. Na área que não tem irrigação eu vou perder muito cacho. O açaí, por exemplo, produz um ou dois cachos apenas”, comenta o produtor.

No dia de campo, os participantes puderam conhecer o sistema de irrigação implantado e a expectativa de produtividade do fruto, bem como a importância de realizar cálculos necessários para o uso da água, já que boa parte é consumida pela evapotranspiração das plantas e do solo. Segundo a ANA, a irrigação consume 745 mil litros de água, por segundo.

“O ideal é que quando for fazer a implantação do sistema de irrigação, se calcule o quanto aquela espécie de planta necessita. Se um açaí precisa de 80 litros não tem por que colocar 120”, comenta o técnico agropecuário Francisco Jorge de Araújo, agente de assistência técnica (ATEC), do PRS.

Para Jorge, em propriedades que implantaram o Sistema Agroflorestal (SAF), o consumo de água pode ser menor, visto que o solo é mais protegido. “No SAF é necessário apenas o sistema de microaspersão ou gotejamento, sistemas que utilizam menos água. Nos sistemas agroflorestais o solo é bem coberto e a umidade se mantém. Então, com pouca água você atende as necessidades das plantas”, finaliza o ATEC.