ILPF é apresentada para agricultores do nordeste de Minas Gerais

ILPF é apresentada para agricultores do nordeste de Minas Gerais

Tecnologia possibilitou aumento da produção e da renda

 

A propriedade de Edgar Lima Rocha é uma Unidade Demonstrativa (UD) do Projeto Rural Sustentável, com 166,1 hectares, onde ele recuperou parte desta área degradada com o plantio de floresta de eucalipto utilizando a tecnologia Recuperação de Área Degradada com Floresta.

Produtores, professoras e alunos do ensino fundamental e médio da rede municipal de ensino da cidade de Padre Paraíso, no nordeste de Minas Gerais, estiveram presentes no Dia de Campo, realizado em 09 de julho, na Fazenda Córrego Cumprido. O tema abordado na ocasião foi a tecnologia Integração Lavoura Pecuária e Floresta.

Para o agente técnico, Cristiano Costa de Moura da EMATER de Minas Gerais, o Projeto Rural Sustentável faz um elo importante entre as tecnologias, a questão ambiental e a assistência técnica para a produção agrícola.

Ele destacou que, regiões como o Vale do Mucuri e Jequitinhonha, onde as tecnologias e as informações demoram a chegar, os dias de campo são fundamentais para que vários produtores tenham acesso às informações e vejam a relevância do cuidado ao meio ambiente, principalmente com o manejo adequado dos solos para o aumento da produção e da renda.

Os recursos financeiros recebidos pelo produtor possibilitaram um melhor manejo das pastagens e o aumento de investimentos em outras áreas da propriedade, seguindo as orientações da assistência técnica.

O Projeto Rural Sustentável promove incentivo financeiro e assistência técnica por meio de uma parceria do Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido (Defra), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS).


Dia de Campo mostra aproveitamento da pupunha

Dia de Campo mostra aproveitamento da pupunha

Fruto é amplamente produzido no Bioma Amazônico

O manejo da Pupunha (Bactrisgasipaes), espécie nativa da região, pertencente a família das Palmeiras (Arecaceaeas), foi o tema do Dia de Campo do Projeto Rural Sustentável, realizado no dia 14 de julho, no Sítio Bragança, localizado na Vila Vale Verde no município de Cotriguaçu, Mato Grosso. Na propriedade do Sr. Silvio José Bragança de Souza, os 17 participantes aprenderam diferentes formas de aproveitamento do fruto da pupunha.

Com grande potencial nutricional a pupunha é um produto de pouco aproveitamento na região. Além de ser rico em óleo, amido e proteínas, o fruto da pupunha possui também uma boa dose de vitaminas, em especial a vitamina “A” da qual grande parte da população é carente. Em pratos que utilizam macaxeira, mandioca, farinha de milho ou de trigo, aconselha-se substituí-las pelo fruto da pupunha cozido, picado ou moído. Além de ser muito mais nutritivo, a utilização da pupunha é abundante na região amazônica.

Nas palestras, os participantes aprenderam como preparar o pirão de pupunha e a farinha, que são utilizados para fazer as receitas. Na ocasião foi mostrado o cuidado no preparo deste prato, pois não se deve fazer o consumo da pupunha crua devido a presença de cristais de oxalato de cálcio que picam a língua e inibem a digestão especialmente em crianças. O cozimento do fruto deve ser feito em água e sal de 50 a 80 minutos.

Cotriguaçu é um dos municípios contemplados pelo Projeto Rural Sustentável, está localizado ao norte do estado de Mato Grosso e com predominância da floresta amazônica. O manejo de espécies nativas em sistemas agroflorestais é muito importante para conservação do Bioma, do desenvolvimento econômico da região e com potencial de melhoria na qualidade de vida das populações.

 

 


Saneamento básico e gestão sustentável são assuntos de Dia de Campo

Saneamento básico e gestão sustentável são assuntos de Dia de Campo

Evento mostrou como aplicar práticas mais naturais na propriedade

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a recuperação de áreas degradadas está ligada à ciência da restauração ecológica, que é o processo de auxílio ao restabelecimento de um ecossistema que foi degradado, danificado ou destruído. Um ecossistema é considerado recuperado – e restaurado – quando contém recursos bióticos e abióticos suficientes para continuar seu desenvolvimento sem auxílio ou subsídios adicionais.

A Política Nacional de Meio Ambiente prevê “a preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício à vida”. Ainda segundo o MMA, estima-se que o Brasil possua um déficit de cerca de 43 milhões de hectares de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de 42 milhões de hectares de Reserva Legal (RL).

Foi essa recuperação que foi feita na propriedade de José Roberto Lemos de Almeida, por meio do Projeto Rural Sustentável, que promove incentivo financeiro e assistência técnica aos produtores rurais.

A área, no interior de Lagoa Vermelha, no estado do Rio Grande do Sul, distante cerca de 300 quilômetros da capital gaúcha, é uma Unidade Demonstrativa (UD), espécie de sala de aula que mostra como uma das tecnologias apoiadas – Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta, Recuperação de Área Degradada com Pecuária ou Recuperação de Área Degradada com Floresta, Floresta Comercial ou Manejo de Floresta Nativa.

A propriedade do Sr. José sediou o Dia de Campo e contou com 45 participantes que conheceram mais sobre a gestão sustentável da propriedade, as formas de utilização dos recursos naturais, a racionalização da mão de obra, o uso de insumos, a qualificação do saneamento básico rural e a necessidade ou não de incorporar mudanças tecnológicas.

Outro tema abordado no dia de campo foi o saneamento básico. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE – PNAD 2013) o país possui aproximadamente 31 milhões de habitantes morando na área rural e comunidades isoladas. Deste total, somente 22% tem acesso a serviços adequados de saneamento básico e existem quase 5 milhões de brasileiros que não possuem banheiro. Cerca de 24 milhões de brasileiros ainda sofrem com o problema crônico e grave da falta de saneamento básico. Na atividade, a monitora de campo Jacqueline Jackes, também apresentou dados do Projeto Rural Sustentável.

O projeto Rural Sustentável é fruto de uma parceria entre o Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido (Defra), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS).


Unidade Demonstrativa recebe Dia de Campo sobre silagem

Unidade Demonstrativa recebe Dia de Campo sobre silagem

Produtores de Padre Paraíso aprendem a produzir forragem de cana-de-açúcar

 

A silagem é uma forragem produzida de capim, milho, sorgo ou outros vegetais, que é cortada, compactada, vedada e armazenada em silos para fermentação. Quando realizada da forma correta, o valor nutritivo da silagem é semelhante ao material original. Na época de seca, ela pode substituir o pasto e, por isso, é conhecida como suplementação alimentar.

No dia 17 de julho, aconteceu na Fazenda Córrego Cumprido, em Padre Paraíso/MG, mais um Dia de Campo do Projeto Rural Sustentável. O tema abordado foi a produção de silagem como suplementação animal. O coordenador da Emater, Robespierre Ferraz de Souza apresentou aos participantes todas as etapas da produção de vários tipos de silagem, principalmente a da cana-de-açúcar, por ser um cultivo mais comum na região.

Os participantes tiveram oportunidade de conhecer os conteúdos teóricos e práticos para o preparo da silagem além da demonstração de todas as etapas do processo, desde o corte da cana-de-açúcar, compactação, aplicação de inoculantes, enchimento, vedação até proteção do silo. A silagem, além de ser uma importante fonte nutricional para os animais, pode gerar mais renda ao produtor com a sua comercialização.

O Projeto Rural Sustentável promove incentivo financeiro e assistência técnica por meio de uma parceria do Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido (Defra), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS).


Equipe do Projeto Rural Sustentável participa da Semana do Fazendeiro

Equipe do Projeto Rural Sustentável participa da Semana do Fazendeiro

Evento aconteceu em Viçosa/MG entre os dias 14 e 20 de julho

A Semana do Fazendeiro está em sua 89ª Edição e é considerada o maior e mais tradicional evento de extensão realizado pela Universidade Federal de Viçosa que tem por objetivo, promover o diálogo com a sociedade.

Em sete dias, o evento reuniu produtores e empresários rurais e seus familiares que participaram de cursos, Oficinas Tecnológicas, Dias de Campo, Leilões de Equinos e Bovinos, estandes de expositores e atividades culturais, entre outros.

Um dos destaques da Semana do Fazendeiro foi a criação do Programa Carbono Zero no ano de 2010, cujos objetivos são quantificar, neutralizar e propor medidas de redução das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) causadas pelo evento. Um dos focos do Programa é trocar informações com os participantes sobre o balanço de carbono em propriedades rurais e urbanas, bem como outros temas relacionados às mudanças climáticas.

Após a quantificação dos GEE são plantadas mudas de árvores nativas no “Bosque Carbono Zero” que já foi uma área de pastagem degradada, localizada no Espaço Aberto de Eventos da Universidade. Desde o início do Programa, foram plantadas aproximadamente 4.000 mudas, que são constantemente monitoradas a fim de verificar a evolução da estocagem de carbono.

No estande, os produtores realizavam o balanço de carbono de suas propriedades e conheciam as principais fontes de emissão e remoção de GEE. Após a finalização do procedimento de cálculo, os participantes recebiam um certificado de participação do Programa Carbono Zero, uma muda de alguma espécie arbórea nativa do Brasil, como forma de incentivo para compensar as emissões e contribuir para atenuação das mudanças climáticas localmente. Além disso, os produtores também receberam cartilhas do Projeto Rural Sustentável e os informativos das tecnologias de baixo carbono.

O Projeto Rural Sustentável promove incentivo financeiro e assistência técnica por meio de uma parceria do Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido (Defra), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS).


Floresta com Araucária serve de exemplo para conservação dos recursos naturais

Floresta com Araucária serve de exemplo para conservação dos recursos naturais

Produtor rural conta como realizou o reflorestamento da mata nativa

 

Mário Cagnini, produtor rural do município de Verê, no Paraná, recebeu no dia 28 de junho, Dia de Campo em sua propriedade, contemplada pelo Projeto Rural Sustentável (PRS) como Unidade Demonstrativa (UD). A tecnologia aprovada no âmbito do projeto e usada como referência durante o evento, segundo o técnico que assiste o produtor, foi o Plantio de Florestas Comerciais.

Quem conhece Seu Mário, de 76 anos, sabe que os 4 hectares de mata com Araucária que ele próprio reflorestou no período de 1978 a 1982, ficarão lá para sempre. “Eu fiz esse plantio porque gosto de viver no meio da mata. Enquanto estiver vivo, não mexo nisso aí”, afirma seu Mário, provando que de “comercial”, esta porção da propriedade, leva somente o nome.

Os 20 alunos do curso de Engenharia Florestal da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), Campus Dois Vizinhos, puderam sentir na prática o cuidado que Seu Mário tem pelo capão de araucárias. Hoje a área possui cerca de 1500 árvores adultas com várias outras espécies regeneradas, completando o bosque.

O agricultor contou um pouco a história da propriedade: “Quando adquiri o sítio, a área onde hoje estão as araucárias era só pastagem. Cada espaço que tinha, eu plantava um par de pinhão, na esperança de que pelo menos um vingasse”, destaca ele.

Há quase 6 anos, seu Mário, a esposa (Dona Helena), seu filho e a nora passaram a produzir mudas de flores e hortaliças para vender às lojas do ramo nas cidades próximas da região sudoeste do estado e norte de Santa Catarina. Essa diversificação no cultivo permitiu que ele e a família mantivessem a reserva de araucárias preservada, conforme desejo do produtor.

Para Eleandro José Brun, professor e responsável pelo grupo de alunos, a área em questão já possui porte de mata nativa, em razão do tempo de regeneração e das características botânicas atuais. Tendo em vista que nem ele nem seus alunos conheciam a área antes do evento, aproveitaram o Dia de Campo para realizar levantamentos sobre a reserva e um inventário das espécies que a compõem. “Os alunos debateram possíveis ações de manejo da área, visando manter a sua integridade e ainda proporcionar mais benefícios econômicos,” apontou o professor.

Eleandro falou também sobre a relevância dessas visitas para seus alunos, “foi uma oportunidade para obter conhecimento tradicional e associá-lo ao conhecimento científico, ampliando a formação dos estudantes de Engenharia Florestal de forma prática e diretamente associada às práticas profissionais que terão, após formados”.

Para o monitor de campo do PRS na região, Fernando Lazzaretti, o encontro foi muito produtivo pois poderá ampliar a participação da universidade na Unidade Demonstrativa, a partir de outras atividades de pesquisa e extensão geradas por este primeiro contato. “Os alunos do curso se dispuseram a fazer trabalhos mais detalhados na área, elaborando um plano de manejo completo para a propriedade.”


Pinhão garante renda extra para produtores

Pinhão garante renda extra para produtores

Manejo sustentável da araucária, árvore nativa da Mata Atlântica, contribui para enfrentamento das mudanças climáticas

O efeito estufa acontece quando a radiação solar chega à Terra, aquece a superfície terrestre e reflete novamente, na forma de calor. Alguns gases bloqueiam esse retorno, intensificando assim a retenção de calor na atmosfera.  Dióxido de Carbono (CO2), Metano (CH4), Óxido Nitroso (N2O), Clorofluorcarbonos (CFCs), Hidrofluorcarbonos (HFCs), Perfluorcarbonos (PFCs) e Hexafluoreto de enxofre (SF6) são os chamados Gases de Efeito Estufa (GEE), que provocam um aquecimento de toda superfície da terra.
O aquecimento global é o aumento da temperatura média do planeta e vem crescendo a cada ano causado principalmente pelo efeito estufa. A partir deste cenário, o Brasil desenvolveu o Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), para enfrentar e reduzir as emissões destes gases que contribuem para o aquecimento.
O Projeto Rural Sustentável (PRS) auxilia na implantação desse Plano ao incentivar a implantação de práticas como a Integração Lavoura-pecuária-floresta, a Recuperação de áreas degradas com pecuária ou com floresta, o Manejo de florestas nativas e as Florestas Comerciais.
Esse é o caso do trabalho feito na propriedade de Elpidio Cericato, em Ciríaco, município do nordeste gaúcho, que comercializa pinhão, fruto da araucária, nativa da Mata Atlântica. Elpidio mora há 56 anos na região e herdou a propriedade junto com outros 7 irmãos. Hoje ele que cuida da área e além do pinhão produz leite, soja, mel e milho junto com a esposa Rosmari.
O casal mora às margens do Rio São Domingos que já fui utilizado para gerar energia para os pais de Elpidio e local de muitos momentos de lazer para eles e os três filhos. Com 30% da área preservada ele viu no Projeto Rural Sustentável a oportunidade de receber recurso financeiro pela conservação. As araucárias começaram a ser plantadas pelos pais de Elpidio e atualmente garantem renda extra por meio da extração do pinhão e do manejo sustentável da floresta nativa. “Meus pais colocaram essas árvores sem a intenção de comercializar o pinhão no início, depois é que percebemos que seria possível vender”, lembra ele.
Vizinha de Elpidio e Rosmari, Silvia Mazetto Chiarelo, também participa do projeto. Ela tem fumo, soja e caixas de abelhas na sua propriedade e está começando o trabalho com noz pecã. O fruto é originário dos Estados Unidos e permite a integração com as outras atividades que ela já realiza, diversificando assim a produção e contribuindo com a melhoria da renda familiar.

Manejo do açaí no SAF é tema de dia de campo

Manejo do açaí no SAF é tema de dia de campo

Produtores conheceram como consorciar o açaí com outras espécies

O manejo do açaí no Sistema Agroflorestal (SAF) foi tema do Dia de Campo, realizado no sábado, dia 07 de julho, no sítio Sítio do Caju, em Tucumã, no sul do Pará. O evento teve participação de 28 produtores rurais, que conheceram técnicas de plantio, os cuidados com os açaizais e como consociar com outras especiais.

A produção de cacau é a principal atividade de boa parte dos produtores rurais de Tucumã, no entanto, a diversificação da produção é uma alternativa para garantir a renda durante todo o ano. Por isso, o açaí pode ser uma opção para o produtor diversificar a produção.

No dia de campo, os participantes conheceram as variedades do fruto símbolo do Pará, além dos orientações, desde o plantio até a colheita. O açaí também pode ser consorciado com outras especiais, seja, de ciclo curto ou de ciclo longo como o próprio cacau, além de essências florestais.

“O açaí se adapta facilmente a outras espécies principalmente com o cacau que é bastante plantado aqui no município [Tucumã]. É uma outra alternativa de renda para o produtor”, explica Erickson Bernardo, técnico em agroecologia que ministrou apresentação sobre o manejo do açaí.

Há seis meses, o produtor rural Edvan Leôncio dos Santos, plantou mil pés de açaí que irá integrar com o cacau e o mogno, espécie florestal nativa da Amazônia. “A minha ideia é intercalar as culturas e poder tirar renda das duas”, finaliza o produtor rural.


Geração de renda com menor impacto ambiental

Geração de renda com menor impacto ambiental

Área que antes abrigava garimpo, hoje produz açaí no Pará

Há mais de 30 anos quando chegou em Tucumã, no sul do Pará, Zé Nelson Ferro encontrou em sua propriedade uma área castigada pela atividade do garimpo. Desde então, ele trabalhou para a recuperação do local que atualmente, tem rendido a produção do açaí. Essas e outras experiências foram relatadas por ele, no Dia de Campo realizado na sexta-feira (06), no Sítio Pequeno Paraíso.

Na conversa com outros produtores rurais, Zé Nelson, colocou a necessidade da gestão para a propriedade e a importância de produzir com rentabilidade, mas sem impactar o meio ambiente. “Quando cheguei aqui, encontrei um garimpo e pensei, vou recuperar esse lugar. Aos poucos a mata foi crescendo e hoje me dá até polpa de açaí. Então, o que parecia estar perdido e degrado, hoje está me dando até uma renda”, comenta o produtor.

Além da recuperação, a família Ferro deu mais um passo na produção rural com menor pressão ambiental. O filho de Zé Nelson, Altair, adequou um sistema que permite a produção hidropônica de alface, com o reuso total da água. “O sistema é um ciclo, então, reaproveitamos 100% da água. Produzimos mil pés de alface por semana. Se fosse na forma de produção normal, gastaríamos dez vezes mais água”, explica Altair.

Para Zé Nelson, a diversificação na propriedade intensifica a produção rural sustentável. É o que Rafael Brondani e sua família já praticam. “Se depender de um tipo de plantação, o produtor pode tirar renda por dois três meses e nos outros seguintes não terá de onde tirar. Diversificando com outras culturas, ele terá renda o ano todo”, finaliza o produtor.


Protagonismo feminino é abordado em dia de campo no Pará

Protagonismo feminino é abordado em dia de campo no Pará

Produtora relatou experiência no gerenciamento da propriedade.

“Tudo que produzimos nos trouxe benefícios e é por isso que aconselhamos às pessoas a acreditarem que em um pequeno pedaço de terra, tem como viver bem”. Estas foram as palavras da produtora rural Jovelina de Souza Lima, no dia de campo, do Projeto Rural Sustentável (PRS), realizado na sexta-feira (29), em sua propriedade, a Fazenda Castanheira, localizada em Tucumã, no sul do Pará.

O evento abordou os resultados obtidos pelos produtores e produtoras rurais que foram beneficiados pelo PRS. Dona Jovelina contou aos 25 participantes como melhorou a renda da propriedade junto com seu marido Francisco Marques.

No início, ela administrava só os negócios da propriedade, no entanto, com o aumento das atividades, Jovelina viu a necessidade de ter um papel maior na propriedade. “Aprendi a ter gestão, registrar tudo o que era feito e calcular se seria viável ou não. Passamos a ver o que ganhávamos e o que perdíamos”. A Fazenda Castanheira passou a produzir leite, peixe e cacau.

No cacaueiro foi implantado o Sistema Agroflorestal (SAF), tecnologia de baixo carbono apoiada pelo Rural Sustentável, que fez da propriedade Unidade Demonstrativa do Projeto. Com o benefício, Jovelina deu outro passo importante, a instalação de uma pequena fábrica de polpas de frutas, que funciona com certificação estadual para produção e comercialização.

A atuação da Jovelina reflete uma realidade que vem crescendo no campo, a participação feminina no agronegócio. Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), divulgada no início desse ano, de 2013 a 2017, houve um aumento de 10% para 31% de mulheres no gerenciamento das propriedades, sejam elas, pequenas, médias ou grandes.

A pesquisa, elaborada com a finalidade de traçar um perfil de produtores rurais brasileiros, entrevistou 2.835 agricultores e pecuaristas. Embora os homens sejam a maioria, 81% dos entrevistados revelaram que a participação das mulheres é vital para a administração dos negócios.

No último relatório de resultados do PRS, alcançados até maio, as produtoras rurais contabilizavam 22% das propostas para Unidades Multiplicadoras no Pará. Produtoras como Marialva que se sentiu inspirada pela experiência de Jovelina. “Esse momento é muito importante para nós mulheres. O depoimento dela foi muito interessante e muitos fatos coincidem com nossa história”, finalizou a produtora rural.