Floresta com Araucária serve de exemplo para conservação dos recursos naturais

Produtor rural conta como realizou o reflorestamento da mata nativa

 

Mário Cagnini, produtor rural do município de Verê, no Paraná, recebeu no dia 28 de junho, Dia de Campo em sua propriedade, contemplada pelo Projeto Rural Sustentável (PRS) como Unidade Demonstrativa (UD). A tecnologia aprovada no âmbito do projeto e usada como referência durante o evento, segundo o técnico que assiste o produtor, foi o Plantio de Florestas Comerciais.

Quem conhece Seu Mário, de 76 anos, sabe que os 4 hectares de mata com Araucária que ele próprio reflorestou no período de 1978 a 1982, ficarão lá para sempre. “Eu fiz esse plantio porque gosto de viver no meio da mata. Enquanto estiver vivo, não mexo nisso aí”, afirma seu Mário, provando que de “comercial”, esta porção da propriedade, leva somente o nome.

Os 20 alunos do curso de Engenharia Florestal da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), Campus Dois Vizinhos, puderam sentir na prática o cuidado que Seu Mário tem pelo capão de araucárias. Hoje a área possui cerca de 1500 árvores adultas com várias outras espécies regeneradas, completando o bosque.

O agricultor contou um pouco a história da propriedade: “Quando adquiri o sítio, a área onde hoje estão as araucárias era só pastagem. Cada espaço que tinha, eu plantava um par de pinhão, na esperança de que pelo menos um vingasse”, destaca ele.

Há quase 6 anos, seu Mário, a esposa (Dona Helena), seu filho e a nora passaram a produzir mudas de flores e hortaliças para vender às lojas do ramo nas cidades próximas da região sudoeste do estado e norte de Santa Catarina. Essa diversificação no cultivo permitiu que ele e a família mantivessem a reserva de araucárias preservada, conforme desejo do produtor.

Para Eleandro José Brun, professor e responsável pelo grupo de alunos, a área em questão já possui porte de mata nativa, em razão do tempo de regeneração e das características botânicas atuais. Tendo em vista que nem ele nem seus alunos conheciam a área antes do evento, aproveitaram o Dia de Campo para realizar levantamentos sobre a reserva e um inventário das espécies que a compõem. “Os alunos debateram possíveis ações de manejo da área, visando manter a sua integridade e ainda proporcionar mais benefícios econômicos,” apontou o professor.

Eleandro falou também sobre a relevância dessas visitas para seus alunos, “foi uma oportunidade para obter conhecimento tradicional e associá-lo ao conhecimento científico, ampliando a formação dos estudantes de Engenharia Florestal de forma prática e diretamente associada às práticas profissionais que terão, após formados”.

Para o monitor de campo do PRS na região, Fernando Lazzaretti, o encontro foi muito produtivo pois poderá ampliar a participação da universidade na Unidade Demonstrativa, a partir de outras atividades de pesquisa e extensão geradas por este primeiro contato. “Os alunos do curso se dispuseram a fazer trabalhos mais detalhados na área, elaborando um plano de manejo completo para a propriedade.”