Equipe do Projeto Rural Sustentável participa da Semana do Fazendeiro

Equipe do Projeto Rural Sustentável participa da Semana do Fazendeiro

Evento aconteceu em Viçosa/MG entre os dias 14 e 20 de julho

A Semana do Fazendeiro está em sua 89ª Edição e é considerada o maior e mais tradicional evento de extensão realizado pela Universidade Federal de Viçosa que tem por objetivo, promover o diálogo com a sociedade.

Em sete dias, o evento reuniu produtores e empresários rurais e seus familiares que participaram de cursos, Oficinas Tecnológicas, Dias de Campo, Leilões de Equinos e Bovinos, estandes de expositores e atividades culturais, entre outros.

Um dos destaques da Semana do Fazendeiro foi a criação do Programa Carbono Zero no ano de 2010, cujos objetivos são quantificar, neutralizar e propor medidas de redução das emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) causadas pelo evento. Um dos focos do Programa é trocar informações com os participantes sobre o balanço de carbono em propriedades rurais e urbanas, bem como outros temas relacionados às mudanças climáticas.

Após a quantificação dos GEE são plantadas mudas de árvores nativas no “Bosque Carbono Zero” que já foi uma área de pastagem degradada, localizada no Espaço Aberto de Eventos da Universidade. Desde o início do Programa, foram plantadas aproximadamente 4.000 mudas, que são constantemente monitoradas a fim de verificar a evolução da estocagem de carbono.

No estande, os produtores realizavam o balanço de carbono de suas propriedades e conheciam as principais fontes de emissão e remoção de GEE. Após a finalização do procedimento de cálculo, os participantes recebiam um certificado de participação do Programa Carbono Zero, uma muda de alguma espécie arbórea nativa do Brasil, como forma de incentivo para compensar as emissões e contribuir para atenuação das mudanças climáticas localmente. Além disso, os produtores também receberam cartilhas do Projeto Rural Sustentável e os informativos das tecnologias de baixo carbono.

O Projeto Rural Sustentável promove incentivo financeiro e assistência técnica por meio de uma parceria do Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido (Defra), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS).


Floresta com Araucária serve de exemplo para conservação dos recursos naturais

Floresta com Araucária serve de exemplo para conservação dos recursos naturais

Produtor rural conta como realizou o reflorestamento da mata nativa

 

Mário Cagnini, produtor rural do município de Verê, no Paraná, recebeu no dia 28 de junho, Dia de Campo em sua propriedade, contemplada pelo Projeto Rural Sustentável (PRS) como Unidade Demonstrativa (UD). A tecnologia aprovada no âmbito do projeto e usada como referência durante o evento, segundo o técnico que assiste o produtor, foi o Plantio de Florestas Comerciais.

Quem conhece Seu Mário, de 76 anos, sabe que os 4 hectares de mata com Araucária que ele próprio reflorestou no período de 1978 a 1982, ficarão lá para sempre. “Eu fiz esse plantio porque gosto de viver no meio da mata. Enquanto estiver vivo, não mexo nisso aí”, afirma seu Mário, provando que de “comercial”, esta porção da propriedade, leva somente o nome.

Os 20 alunos do curso de Engenharia Florestal da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR), Campus Dois Vizinhos, puderam sentir na prática o cuidado que Seu Mário tem pelo capão de araucárias. Hoje a área possui cerca de 1500 árvores adultas com várias outras espécies regeneradas, completando o bosque.

O agricultor contou um pouco a história da propriedade: “Quando adquiri o sítio, a área onde hoje estão as araucárias era só pastagem. Cada espaço que tinha, eu plantava um par de pinhão, na esperança de que pelo menos um vingasse”, destaca ele.

Há quase 6 anos, seu Mário, a esposa (Dona Helena), seu filho e a nora passaram a produzir mudas de flores e hortaliças para vender às lojas do ramo nas cidades próximas da região sudoeste do estado e norte de Santa Catarina. Essa diversificação no cultivo permitiu que ele e a família mantivessem a reserva de araucárias preservada, conforme desejo do produtor.

Para Eleandro José Brun, professor e responsável pelo grupo de alunos, a área em questão já possui porte de mata nativa, em razão do tempo de regeneração e das características botânicas atuais. Tendo em vista que nem ele nem seus alunos conheciam a área antes do evento, aproveitaram o Dia de Campo para realizar levantamentos sobre a reserva e um inventário das espécies que a compõem. “Os alunos debateram possíveis ações de manejo da área, visando manter a sua integridade e ainda proporcionar mais benefícios econômicos,” apontou o professor.

Eleandro falou também sobre a relevância dessas visitas para seus alunos, “foi uma oportunidade para obter conhecimento tradicional e associá-lo ao conhecimento científico, ampliando a formação dos estudantes de Engenharia Florestal de forma prática e diretamente associada às práticas profissionais que terão, após formados”.

Para o monitor de campo do PRS na região, Fernando Lazzaretti, o encontro foi muito produtivo pois poderá ampliar a participação da universidade na Unidade Demonstrativa, a partir de outras atividades de pesquisa e extensão geradas por este primeiro contato. “Os alunos do curso se dispuseram a fazer trabalhos mais detalhados na área, elaborando um plano de manejo completo para a propriedade.”


Pinhão garante renda extra para produtores

Pinhão garante renda extra para produtores

Manejo sustentável da araucária, árvore nativa da Mata Atlântica, contribui para enfrentamento das mudanças climáticas

O efeito estufa acontece quando a radiação solar chega à Terra, aquece a superfície terrestre e reflete novamente, na forma de calor. Alguns gases bloqueiam esse retorno, intensificando assim a retenção de calor na atmosfera.  Dióxido de Carbono (CO2), Metano (CH4), Óxido Nitroso (N2O), Clorofluorcarbonos (CFCs), Hidrofluorcarbonos (HFCs), Perfluorcarbonos (PFCs) e Hexafluoreto de enxofre (SF6) são os chamados Gases de Efeito Estufa (GEE), que provocam um aquecimento de toda superfície da terra.
O aquecimento global é o aumento da temperatura média do planeta e vem crescendo a cada ano causado principalmente pelo efeito estufa. A partir deste cenário, o Brasil desenvolveu o Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), para enfrentar e reduzir as emissões destes gases que contribuem para o aquecimento.
O Projeto Rural Sustentável (PRS) auxilia na implantação desse Plano ao incentivar a implantação de práticas como a Integração Lavoura-pecuária-floresta, a Recuperação de áreas degradas com pecuária ou com floresta, o Manejo de florestas nativas e as Florestas Comerciais.
Esse é o caso do trabalho feito na propriedade de Elpidio Cericato, em Ciríaco, município do nordeste gaúcho, que comercializa pinhão, fruto da araucária, nativa da Mata Atlântica. Elpidio mora há 56 anos na região e herdou a propriedade junto com outros 7 irmãos. Hoje ele que cuida da área e além do pinhão produz leite, soja, mel e milho junto com a esposa Rosmari.
O casal mora às margens do Rio São Domingos que já fui utilizado para gerar energia para os pais de Elpidio e local de muitos momentos de lazer para eles e os três filhos. Com 30% da área preservada ele viu no Projeto Rural Sustentável a oportunidade de receber recurso financeiro pela conservação. As araucárias começaram a ser plantadas pelos pais de Elpidio e atualmente garantem renda extra por meio da extração do pinhão e do manejo sustentável da floresta nativa. “Meus pais colocaram essas árvores sem a intenção de comercializar o pinhão no início, depois é que percebemos que seria possível vender”, lembra ele.
Vizinha de Elpidio e Rosmari, Silvia Mazetto Chiarelo, também participa do projeto. Ela tem fumo, soja e caixas de abelhas na sua propriedade e está começando o trabalho com noz pecã. O fruto é originário dos Estados Unidos e permite a integração com as outras atividades que ela já realiza, diversificando assim a produção e contribuindo com a melhoria da renda familiar.

Manejo do açaí no SAF é tema de dia de campo

Manejo do açaí no SAF é tema de dia de campo

Produtores conheceram como consorciar o açaí com outras espécies

O manejo do açaí no Sistema Agroflorestal (SAF) foi tema do Dia de Campo, realizado no sábado, dia 07 de julho, no sítio Sítio do Caju, em Tucumã, no sul do Pará. O evento teve participação de 28 produtores rurais, que conheceram técnicas de plantio, os cuidados com os açaizais e como consociar com outras especiais.

A produção de cacau é a principal atividade de boa parte dos produtores rurais de Tucumã, no entanto, a diversificação da produção é uma alternativa para garantir a renda durante todo o ano. Por isso, o açaí pode ser uma opção para o produtor diversificar a produção.

No dia de campo, os participantes conheceram as variedades do fruto símbolo do Pará, além dos orientações, desde o plantio até a colheita. O açaí também pode ser consorciado com outras especiais, seja, de ciclo curto ou de ciclo longo como o próprio cacau, além de essências florestais.

“O açaí se adapta facilmente a outras espécies principalmente com o cacau que é bastante plantado aqui no município [Tucumã]. É uma outra alternativa de renda para o produtor”, explica Erickson Bernardo, técnico em agroecologia que ministrou apresentação sobre o manejo do açaí.

Há seis meses, o produtor rural Edvan Leôncio dos Santos, plantou mil pés de açaí que irá integrar com o cacau e o mogno, espécie florestal nativa da Amazônia. “A minha ideia é intercalar as culturas e poder tirar renda das duas”, finaliza o produtor rural.


Geração de renda com menor impacto ambiental

Geração de renda com menor impacto ambiental

Área que antes abrigava garimpo, hoje produz açaí no Pará

Há mais de 30 anos quando chegou em Tucumã, no sul do Pará, Zé Nelson Ferro encontrou em sua propriedade uma área castigada pela atividade do garimpo. Desde então, ele trabalhou para a recuperação do local que atualmente, tem rendido a produção do açaí. Essas e outras experiências foram relatadas por ele, no Dia de Campo realizado na sexta-feira (06), no Sítio Pequeno Paraíso.

Na conversa com outros produtores rurais, Zé Nelson, colocou a necessidade da gestão para a propriedade e a importância de produzir com rentabilidade, mas sem impactar o meio ambiente. “Quando cheguei aqui, encontrei um garimpo e pensei, vou recuperar esse lugar. Aos poucos a mata foi crescendo e hoje me dá até polpa de açaí. Então, o que parecia estar perdido e degrado, hoje está me dando até uma renda”, comenta o produtor.

Além da recuperação, a família Ferro deu mais um passo na produção rural com menor pressão ambiental. O filho de Zé Nelson, Altair, adequou um sistema que permite a produção hidropônica de alface, com o reuso total da água. “O sistema é um ciclo, então, reaproveitamos 100% da água. Produzimos mil pés de alface por semana. Se fosse na forma de produção normal, gastaríamos dez vezes mais água”, explica Altair.

Para Zé Nelson, a diversificação na propriedade intensifica a produção rural sustentável. É o que Rafael Brondani e sua família já praticam. “Se depender de um tipo de plantação, o produtor pode tirar renda por dois três meses e nos outros seguintes não terá de onde tirar. Diversificando com outras culturas, ele terá renda o ano todo”, finaliza o produtor.


Protagonismo feminino é abordado em dia de campo no Pará

Protagonismo feminino é abordado em dia de campo no Pará

Produtora relatou experiência no gerenciamento da propriedade.

“Tudo que produzimos nos trouxe benefícios e é por isso que aconselhamos às pessoas a acreditarem que em um pequeno pedaço de terra, tem como viver bem”. Estas foram as palavras da produtora rural Jovelina de Souza Lima, no dia de campo, do Projeto Rural Sustentável (PRS), realizado na sexta-feira (29), em sua propriedade, a Fazenda Castanheira, localizada em Tucumã, no sul do Pará.

O evento abordou os resultados obtidos pelos produtores e produtoras rurais que foram beneficiados pelo PRS. Dona Jovelina contou aos 25 participantes como melhorou a renda da propriedade junto com seu marido Francisco Marques.

No início, ela administrava só os negócios da propriedade, no entanto, com o aumento das atividades, Jovelina viu a necessidade de ter um papel maior na propriedade. “Aprendi a ter gestão, registrar tudo o que era feito e calcular se seria viável ou não. Passamos a ver o que ganhávamos e o que perdíamos”. A Fazenda Castanheira passou a produzir leite, peixe e cacau.

No cacaueiro foi implantado o Sistema Agroflorestal (SAF), tecnologia de baixo carbono apoiada pelo Rural Sustentável, que fez da propriedade Unidade Demonstrativa do Projeto. Com o benefício, Jovelina deu outro passo importante, a instalação de uma pequena fábrica de polpas de frutas, que funciona com certificação estadual para produção e comercialização.

A atuação da Jovelina reflete uma realidade que vem crescendo no campo, a participação feminina no agronegócio. Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA), divulgada no início desse ano, de 2013 a 2017, houve um aumento de 10% para 31% de mulheres no gerenciamento das propriedades, sejam elas, pequenas, médias ou grandes.

A pesquisa, elaborada com a finalidade de traçar um perfil de produtores rurais brasileiros, entrevistou 2.835 agricultores e pecuaristas. Embora os homens sejam a maioria, 81% dos entrevistados revelaram que a participação das mulheres é vital para a administração dos negócios.

No último relatório de resultados do PRS, alcançados até maio, as produtoras rurais contabilizavam 22% das propostas para Unidades Multiplicadoras no Pará. Produtoras como Marialva que se sentiu inspirada pela experiência de Jovelina. “Esse momento é muito importante para nós mulheres. O depoimento dela foi muito interessante e muitos fatos coincidem com nossa história”, finalizou a produtora rural.


Produtores aprendem a fazer composto homeopático para carrapato

Produtores aprendem a fazer composto homeopático para carrapato

Atividade fez parte de Dia de Campo do Rural Sustentável

Distante 14 quilomêtros da cidade a propriedade de João Macari, fica no interior de Lagoa Vermelha, no nordeste gaúcho.  Ele trabalha com soja, feijão e milho, madeira e tem algum gado de leite.
A área é uma Unidade Demonstrativa (UD), espécie de sala de aula, do Rural Sustentável, projeto que dá incentivo financeiro e assistência técnica por meio da implantação de tecnologias de baixo carbono. O objetivo destas unidades é mostrar a tecnologia aplicada na prática, o que acontece em Dias de Campo como o realizado na propriedade do Seu João, no dia 27 de junho.
O técnico de extensão rural, Albenir Concolatto, presta assessoria a área que realiza Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta. Ele ensinou aos participantes a fazer um composto homeopático para carrapato, simples e barato. “É possível comprar na agropecuária, mas o agricultor pode fazer sozinho e baratear este custo”, afirma Albenir. A prática surgiu na Alemanha com Samuel Hanhemman e parte do princípio que semelhante cura semelhante. O processo inclui doses pequenas e uso da diluição e dinamização – processo de mexer em movimentos verticais para produzir o efeito desejado.
Além do medicamento é necessário ter cuidado no manejo – não deixar o gado dormir no mesmo lugar para evitar umidade, por exemplo. O uso da homeopatia é vantajoso porque reduz o resíduo no leite, conferindo melhor qualidade ao produto, além de diminuir o uso dos medicamentos convencionais. “É muito bom receber o dia de campo e mostrar para as pessoas essas técnicas. Sempre aprendemos junto, como hoje”, afirma Macari.

Produtor gaúcho diversifica atividades com ILPF

Produtor gaúcho diversifica atividades com ILPF

Tecnologia garante renda e sustento para a família

 

Paulino Olucoski mostrou diversificação, produtividade e a força dos pequenos na zona rural de Erechim, a cerca de 400 quilômetros da capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. A propriedade é uma Unidade Demonstrativa (UD), espécie de sala de aula do projeto Rural Sustentável que dá incentivo financeiro e assistência técnica para produtores que aplicam tecnologias de baixo carbono.

O objetivo destas unidades é mostrar a tecnologia aplicada na prática, o que acontece em Dias de Campo como o realizado na propriedade de Paulino, que já recebe a atividade pela quinta vez. “Acho ótimo receber o pessoal aqui e mostrar como se faz porque tem pouca gente que trabalha desta forma”, contou o produtor.

Entre os participantes estava Nedio Okoski, também produtor e participante do Rural Sustentável com uma Unidade Multiplicadora (UM), que recebe recursos para implantar as tecnologias”. É muito interessante aprender coisas novas”, destacou.

A propriedade de 12,5 hectares fica há 12 quilômetros da cidade e produz milho, feijão, moranga, erva mate, pinhão e hortaliças, realizando a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, uma das quatro tecnologias apoiadas pelo projeto.

As outras tecnologias que recebem recursos para sua implantação são Recuperação de Áreas Degradadas com Pecuária ou Recuperação de Áreas Degradadas com Floresta, Manejo de Florestas Nativas e Florestas Comerciais.

As araucárias foram plantadas há mais de 30 anos, quando os pais de Paulino ainda viviam na região. Ele vive no local desde que nasceu e tem cuidado especial com a árvores contando com o auxílio da esposa, Maria e do filho Paulo, de 21 anos.

Erechim possui outras quatro Unidades Demonstrativas do Rural Sustentável e já realizou outros nove Dias de Campo como os da propriedade de Paulino.

Na atividade os produtores puderam conhecer a importância da matéria orgânica e um solo bem preparado. Giovani Gonçalves, do Cetap, destacou que esse processo evita erosão, fornece nutrientes, corrige o PH e protege a terra de substâncias tóxicas. Outro efeito é ser fonte de energia e nutrientes para tudo que for plantado.