Diversificação é alternativa ao tabaco no interior do Rio Grande do Sul

Mudança de atividade trouxe melhoria para proprietários

A renda principal da família Waccholz vem do fumo, como a grande maioria na região. Mas a propriedade na Linha das Pedras, interior de Agudo, há 250 quilômetros de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, produz muito mais, mostrando que a diversificação é a melhor opção para pequenas propriedades.

Helio, a esposa e os dois filhos, mais uma nora, produzem mel, melado, açúcar mascavo, queijo, feijão, mandioca, peixe, entre outros produtos de horta. Ele mora desde 1983 na região e há três começou a trabalhar com gado de corte, por incentivo do filho, Eliender. A área, distante 40 quilômetros do centro da cidade, é uma Unidade Demonstrativa (UD) do projeto Rural Sustentável (PRS) que apoia tecnologias de baixo carbono, como a recuperação de área degrada com pastagem em pequenas e médias propriedades. A viabilidade ocorre através de uma Cooperação Técnica entre o Fundo Internacional para o Clima do Ministério da Agricultura, da Alimentação, da Pesca e dos Assuntos Rurais do Governo Britânico (DEFRA), tendo como beneficiário o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), através do Banco interamericano de Desenvolvimento (BID).

São 11 hectares de pasto na propriedade dos Waccholz, onde houve melhora do campo nativo com calagem, introdução de noz pecã para sombreamento e comercialização futura; pastejo rotacionado, além de implantação de pastagem perene com as gramíneas tifton e brachiária. Outra vantagem do trabalho da pecuária frente ao tabaco é a necessidade de menos mão de obra e manejo, apontada por Eliender, como um dos motivos que levou a família a buscas a atividade.

Com a recuperação do pasto houve aumento na produtividade. Helio e Eliender investiram então em genética e aumento do rebanho. Adquiriram uma placa solar, fizeram melhorias nas cercas e compraram sementes de melhor qualidade, tudo com o incentivo e supervisão de Luiz Eugênio Jacobs, técnico da Emater credenciado pelo PRS para dar assistência aos beneficiários do projeto. Jacobs, aponta também, que com a diversificação da produção a família deixa de gastar cerca de R$18 mil por ano, ao consumir produtos que eles mesmo produzem.