Diversidade na produção melhora a renda e incentiva a adesão ao Plano ABC

Agricultura de Baixo Carbono propõe a redução de gases de efeito estufa nas atividades agropecuárias.

 

A diversidade na produção aumenta a renda do produtor e o coloca em consonância com os objetivos do Plano de Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC). Esse foi o tema abordado nos dias de campo, do Projeto Rural Sustentável (PRS), promovidos nos dias 18 e 26 de agosto no, Sítio Vale do Paraíso, em Marabá, no Pará. Os eventos tiveram a participação de 75 pessoas.

O Plano ABC foi criado com o objetivo de mitigar e reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) oriundos das atividades agropecuárias. Segundo o Observatório do Clima, rede que reúne entidades da sociedade civil para debater as mudanças climáticas no Brasil, o setor agropecuário é responsável por 22% das emissões de GEE, ocasionadas principalmente pela expansão de novas áreas de pastagens para pecuária e produção de grãos.

No entanto, produtores podem atuar na diminuição de emissões de GEE e obterem benefícios socioambientais ao adotarem tecnologias de baixo carbono na produção rural. Este foi o tema apresentado nos dias de campo, em que o público conheceu o Sistema Agroflorestal (SAF). Esta tecnologia alia agricultura a essências florestais, responsáveis pelo sequestro de carbono (CO2). Além de promover a diversificação na produção, a técnica contribuiu para os objetivos do Plano ABC.

A diversidade de culturas na produção tem um papel fundamental na renda do produtor. “O produtor pode aproveitar as áreas dos espaçamentos para cultivar as culturas de ciclo curto, como por exemplo, a banana que com nove meses já tem produção e serve de sombreamento para a cultura principal, seja frutífera ou essências florestais. A ideia é que ele possa ter renda o ano todo ao trabalhar com diversas culturas”, explica o engenheiro agrônomo Paulo Henrique, agente de assistência técnica (ATEC), do PRS.

Além da renda, a diversificação contribui com a implantação do SAF, visto que culturas de ciclo curto, como o feijão, a mandioca e outras leguminosas garantem nutrientes ao solo, o que melhora a implementação da tecnologia. “O feijão, por exemplo, ajuda na fixação do nitrogênio e na cobertura do solo. Isso contribuiu para o plantio e crescimento de cupuaçu, açaí e castanheiras”, comentou o produtor José de Nazareno, proprietário do Sítio Vale do Paraíso.

A diversificação de culturas e a implementação do SAF atendem a dois dos sete programas do Plano ABC, para redução de GEE. O programa 2, “Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Sistema Agroflorestal (SAF)”, e o programa 4, “Fixação biológica de nitrogênio”.