Pinhão garante renda extra para produtores
Manejo sustentável da araucária, árvore nativa da Mata Atlântica, contribui para enfrentamento das mudanças climáticas
O efeito estufa acontece quando a radiação solar chega à Terra, aquece a superfície terrestre e reflete novamente, na forma de calor. Alguns gases bloqueiam esse retorno, intensificando assim a retenção de calor na atmosfera. Dióxido de Carbono (CO2), Metano (CH4), Óxido Nitroso (N2O), Clorofluorcarbonos (CFCs), Hidrofluorcarbonos (HFCs), Perfluorcarbonos (PFCs) e Hexafluoreto de enxofre (SF6) são os chamados Gases de Efeito Estufa (GEE), que provocam um aquecimento de toda superfície da terra.
O aquecimento global é o aumento da temperatura média do planeta e vem crescendo a cada ano causado principalmente pelo efeito estufa. A partir deste cenário, o Brasil desenvolveu o Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), para enfrentar e reduzir as emissões destes gases que contribuem para o aquecimento.
O Projeto Rural Sustentável (PRS) auxilia na implantação desse Plano ao incentivar a implantação de práticas como a Integração Lavoura-pecuária-floresta, a Recuperação de áreas degradas com pecuária ou com floresta, o Manejo de florestas nativas e as Florestas Comerciais.
Esse é o caso do trabalho feito na propriedade de Elpidio Cericato, em Ciríaco, município do nordeste gaúcho, que comercializa pinhão, fruto da araucária, nativa da Mata Atlântica. Elpidio mora há 56 anos na região e herdou a propriedade junto com outros 7 irmãos. Hoje ele que cuida da área e além do pinhão produz leite, soja, mel e milho junto com a esposa Rosmari.
O casal mora às margens do Rio São Domingos que já fui utilizado para gerar energia para os pais de Elpidio e local de muitos momentos de lazer para eles e os três filhos. Com 30% da área preservada ele viu no Projeto Rural Sustentável a oportunidade de receber recurso financeiro pela conservação. As araucárias começaram a ser plantadas pelos pais de Elpidio e atualmente garantem renda extra por meio da extração do pinhão e do manejo sustentável da floresta nativa. “Meus pais colocaram essas árvores sem a intenção de comercializar o pinhão no início, depois é que percebemos que seria possível vender”, lembra ele.
Vizinha de Elpidio e Rosmari, Silvia Mazetto Chiarelo, também participa do projeto. Ela tem fumo, soja e caixas de abelhas na sua propriedade e está começando o trabalho com noz pecã. O fruto é originário dos Estados Unidos e permite a integração com as outras atividades que ela já realiza, diversificando assim a produção e contribuindo com a melhoria da renda familiar.