Agricultores do Sudoeste do Paraná são capacitados sobre a conservação do solo

Renascença recebe último Dia de Campo previsto no calendário de 2017

O último Dia de Campo, realizado no Paraná em 2017, foi uma oportunidade para falar sobre conservação do solo. Desta vez, os anfitriões da “aula prática” foram seu Idair e Dona Lurdes, pequenos produtores rurais do assentamento Santa Teresa, comunidade de São Brás, no município de Renascença.

A capacitação ocorreu no dia 07 de dezembro e teve como assunto principal, a difusão de práticas reconhecidas no meio rural para obtenção de resultados mais produtivos e menos impactantes sob o aspecto ambiental, em especial sobre a conservação do solo.

Sérgio Carniel, Eng. Agrônomo do Instituto Emater, empresa parceira na realização deste Dia de Campo, destacou elementos importantes que o agricultor deve considerar no dia a dia da produção agrícola, caso queira manter seu solo saudável e forte para o cultivo. “Nós que lidamos com agricultura há anos, sabemos que os produtores num passado recente, cuidavam muito mais e melhor do solo, mas hoje essas práticas se perderam. Ao contrário, estamos vendo ações muito degradantes e sabemos do impacto negativo que isso traz ao produtor e ao meio ambiente”, alerta ele.

Carniel, juntamente com Alberto Nerci, Eng. Agrônomo responsável pela aprovação da proposta da Unidade Demonstrativa e membro da equipe de técnicos da Emater local, compartilharam com os quase 35 produtores convidados, conteúdos importantes para estimular uma reflexão mais profunda sobre o papel de cada produtor nesse processo.

O destaque especial ficou para: (i) combate a erosão por meio do plantio em nível com uso dos terraços ou curvas de nível (popularmente conhecido como murunduns) e do plantio direto; (ii) combate a compactação do solo por meio dos sistemas integrados de lavoura-pecuária-floresta, controle de pastejo através da divisão por piquetes com a correta distribuição dos animais por período e também pelo plantio direto; (iii) manutenção da fertilidade do solo por meio de análises técnicas que apontem para potenciais correções de nutrientes, adubação em quantidade e qualidade controladas (utilizando esterco dos próprios animais coletados e armazenados em local adequadas) e escolha de capim correto.

Seu Idair, que há mais de 20 anos trabalha para melhorar as condições de renda da família, contou sobre a implantação do sistema de iLPF, em quase 2 hectares da propriedade e disse que na época, seus vizinhos acharam estranha a iniciativa. “Hoje posso dizer que se não fosse eu e meu filho apostarmos nos eucaliptos junto da pastagem, há 6 anos atrás, não teríamos a produção que temos hoje”, explica ele.  Idair falou também, da alegria que sentiu quando soube da aprovação do seu projeto como Unidade Demonstrativa, “eu nunca imaginei que pudesse ser contemplado num projeto como esse, pois fizemos várias melhorias na propriedade com o dinheiro doado e com a assistência técnica que veio junto”.

Com relação ao desmatamento e o aspecto ambiental, Idair se mostrou consciente, “tem países e estados que pensam que precisam desmatar pra produzir mais. Eu já acho que não. É só você investir nessas tecnologias que o PRS apoia, que dá certo. Nós já temos terras abundantes, chega de desmatamento”, destacou ele.

Renascença é um dos 10 municípios no Paraná contemplados pelo projeto, sendo parte dos 20% que atingiu a meta de unidades demonstrativas aprovadas. Nestes últimos 30 dias, o município recebeu 4 Dias de Campo organizados pela equipe da Emater local, levando conteúdos importantes aos produtores sobre as tecnologias apoiadas pelo PRS além de temas envolvendo  sustentabilidade ambiental, social e econômica.