Poda do cacaueiro correta contribui para a produtividade e desenvolvimento da planta em SAF
Diagnóstico prévio de doenças abortivas em rebanho leiteiro pode melhorar produção
Atendendo um pedido dos produtores da região, o Projeto Rural Sustentável (PRS) realizou no dia 09 de dezembro, o Dia de Campo (DC) abordando o tema “Nutrição e Doenças que causam Aborto no Animal”. O evento se realizou no Sítio Santa Rita de Cássia, de propriedade de Paulo Sérgio Pereira e Luzinete Nunes Ferraz, localizada no município de Alta Floresta e contou com a presença de 19 produtores locais.
A propriedade Santa Rita de Cássia possui 12 hectares e entrou no Projeto Rural Sustentável (PRS) como Unidade Demonstrativa (UD) aplicando a tecnologia Recuperação de Áreas Degradadas com Pastagem (RAD-P) em quatro hectares.
O objetivo dessa tecnologia de baixo carbono é recuperar uma área degradada, promovendo ganhos de produtividade, redução de desmatamento e trazendo benefícios ambientais, econômicos e sociais.
Segundo a produtora Luzinete, o apoio do PRS foi fundamental para melhorar a produção de leite. “quando nós começamos, tirávamos apenas 8 litros de leite por dia. Depois da transição para o sistema conservacionista de pastagem, que promove o uso racional dos recursos naturais como o solo, a água e o aumento da diversidade de espécies no sistema; aumentamos a produção para mais de 150 litros de leite por dia”.
No dia de campo, o agente de assistência técnica, Alexsandro Capeleti, falou sobre a importância de uma boa nutrição para o gado leiteiro. “Na atividade leiteira, a nutrição animal é o principal fator da eficiência do sistema de produção, e pode representar até 70% dos custos. Quanto mais eficiente for à nutrição animal de um rebanho, mais eficiente será o sistema de produção de leite”, explica Alexsandro.
A composição do leite de vacas leiteiras é determinada por vários fatores, como raça, estação do ano, genética, estágio de lactação, sanidade e nutrição animal. “A gordura, a proteína, o fósforo e o extrato seco desengordurado são as variáveis de maior importância econômica, servindo de critério para o pagamento do leite em muitos países. Desses, a gordura é o componente de maior variabilidade do leite, podendo variar de 2% a 5%”, conta o técnico.
O controle de doenças que causam aborto, foi outro assunto discutido pelos produtores da região, que queriam saber, principalmente, como fazer um diagnóstico prévio das doenças. A manutenção da gestação e a eficiente taxa de natalidade estão diretamente relacionadas com um bom índice reprodutivo do rebanho. Inúmeras causas, infecciosas e não infecciosas podem estar relacionadas à perda gestacional durante o desenvolvimento embrionário e fetal bovino.
“No Brasil as principais causas infecciosas estão relacionadas a agentes bacterianos, virais e protozoários. O protozoário de maior importância nas doenças infecciosas reprodutivas é o neospora caninum, considerado a principal causa de abortamento em vacas. Os agentes bacterianos mais comumente relacionados à perda gestacional são brucella abortus e leptospira spp. A brucelose provoca abortos no terço final da gestação, além de alterações articulares e reprodutivas em machos. Para o controle dessa enfermidade é fundamental a vacinação de bezerras entre 3-8 meses de idade, conforme protocolo ministerial. A Leptospirose é outra enfermidade de origem bacteriana de caráter zoonótico e infeccioso, causada, principalmente, pelo sorotipo leptospira interrogans sorovar hardjo”, explica Alexsandro Capeleti.
É importante ressaltar que o estresse térmico pelo calor é um desafio a ser superado em regiões quentes, como o Mato Grosso. “À medida que a temperatura do ambiente se eleva, os mecanismos termorreguladores do animal não são capazes de dissipar todo o calor, provocando o estresse pelo calor, fator que eleva a temperatura uterina e pode acarretar em morte embrionária nos primeiros dias de gestação, período em que o embrião é mais sensível a temperaturas elevadas, daí a importância de se ter uma boa cobertura vegetal no pasto”, conclui Alexsandro.