Reposição florestal aquece comércio de mudas em Cotriguaçu no Mato Grosso

Produtores esclareceram dúvidas sobre as tecnologias de Agricultura de Baixo Carbono.

O Projeto Rural Sustentável (PRS) realizou no dia 11 de novembro, o Dia de Campo (DC) no Sítio Ecológico, do produtor Monzés Vieira da Rocha, localizada no Projeto de Assentamento (PA) Juruena, no município de Cotriguaçu, no Mato Grosso, com a temática “Reposição Florestal com Sistemas Agroflorestais (SAFs)”. Participaram do evento 17 pessoas.

O produtor Monzés, tem uma Unidade Demonstrativa (UD) com quatro hectares onde desenvolveu um Sistema Agroflorestal (SAF), que favorece a recuperação da produtividade de solos degradados através de espécies florestais, frutíferas e hortaliças.

Os Sistemas Agroflorestais são consórcios de culturas agrícolas com espécies arbóreas que podem ser utilizados para restaurar florestas e recuperar áreas degradadas. O plantio das espécies agrícolas e florestais deve ser realizado na mesma área.

A engenheira florestal e assistente técnica do PRS, Silvana Fuhr, explicou sobre legislação ambiental, Cadastro Ambiental Rural (CAR), Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) e como trabalhar as tecnologias de Agricultura de Baixo Carbono no Projeto Rural Sustentável.

“Em relação as tecnologias, um dos grandes desafios para os produtores interessados no Rural Sustentável é reorganizar seu sistema de modo a atender a expectativa de criar gado e produzir floresta, por exemplo, uma vez que ele precisa isolar uma área da propriedade para que as mudas incorporadas na pastagem e vigorem”, explica Silvana.

Algumas alternativas estão sendo debatidas com os produtores, como o isolamento das mudas individualmente, o isolamento das mudas em fileiras com cerca elétrica e o isolamento total da área recuperada com cerca elétrica. “As alternativas com cerca elétrica tem sido a mais econômica, porém, o gado manejado neste sistema, na maioria das vezes, é da raça Nelore, que não respeita a cerca e invade a área, destruindo as mudas em formação”, comenta Silvana.

A reposição florestal está sendo, bastante, discutida pela Secretaria de Meio Ambiente e pelo Ministério Público por meio do projeto Reflorestamento Afirmativo, em que os infratores de crimes ambientais são convidados, extrajudicialmente, a recuperar a área que desmataram. Esta foi uma medida encontrada pela promotoria para efetivar a recuperação proativa em Cotriguaçu.

Essa ação, além de ter o ganho ambiental com a reposição florestal de áreas desmatadas, criou uma demanda para compra de mudas e sementes na região, gerando renda aos produtores que têm espécies com porte adequado para fornecer.

“A gente observa que as tecnologias integração Lavoura Pecuária Floresta (iLPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs), favorecem a produção de mudas e a coleta de sementes,  incentivando o comércio dessas mudas e se transformando em outra atividade econômica para o produtor”, finaliza Silvana.

Muitos produtores estão interessados em entrar no PRS como Unidade Demonstrativa (UD) e/ou Unidade Multiplicadora (UM), cujo prazo para submissão de propostas encerra no próximo dia 30/11. Mais informações acesse http://www.ruralsustentavel.org/participe/.