Adubação e Sistemas Agroflorestais são apresentados para produtores paraenses

Sistema faz parte da história no município de Tomé-Açu

A “Adubação Sustentável” e o “Manejo de Sistemas Agroflorestais” foram temas abordados no Dia de Campo, do Projeto Rural Sustentável (PRS), realizado na Fazenda Keiti Oppata, em Tomé-Açu, localizado no nordeste do Pará. Com a participação de Agentes de Assistência Técnica (ATECs) e produtores rurais que tiveram propostas técnicas aprovadas nas Chamadas para Unidades Multiplicadoras, o evento reuniu 61 pessoas.

A implantação do Sistema Agroflorestal (SAF) por produtores rurais da região, faz parte da história agrícola do município que, na década de 20, viu crescer colônias de agricultores formada por imigrantes japoneses. A adoção da tecnologia de baixo carbono na região, data dos anos 70.

“No começo praticava-se a monocultura com plantio de pimenta do reino. Nós fomos advertidos de que a monocultura era prejudicial e foi o que aconteceu. Na década de 1970, uma doença, a fusariose, dizimou a pimenta do reino. Na época foi feito um projeto para o plantio de: maracujá, pimenta do reino, dendê, cacau e seringa o que resultou no consórcio dessas culturas e que hoje chamamos de SAFTA (Sistema Agroflorestal de Tomé-Açu)”, conta o produtor rural Alberto Oppata, que abriu a sua propriedade para sediar o dia de campo.

Em 2004, Alberto introduziu o cacau consorciado ao açaí, além de castanheiras. Na área de aproximadamente 5 hectares, recebeu produtores rurais, profissionais de ciências agrárias e universitários. Os participantes conheceram a experiência de Oppata na implantação do Sistema Agroflorestal e assistiram a palestras sobre o tema, ministrada pelo Agente de Assistência Técnica do Projeto, Vicente de Paula, e “Adubação Sustentável”, ministrada pelo agrônomo, especialista em solos, Marcelo Morita.

“O produtor rural é o ponto de partida para a melhoria dos sistemas daqui. Porém, a extensão precisa estar mais presente e melhorar esse conhecimento local, que já existe, a fim de alcançar a sustentabilidade. Para a Amazônia, a gente precisa gerar conhecimento que sustente a produção local”, comenta Morita.

 A cidade de Tomé-Açu, teve 39 propostas técnicas de Unidades Multiplicadoras aprovadas. Entre elas, a propriedade de Francisco Radamés, que achou o dia de campo bem proveitoso. “Estamos aprendendo a adubar e a importância desta técnica para as plantas. Aprendemos aqui como melhorar o plantio e como fazer a adubação”, finaliza o produtor.